O turismo bairrista
Até há uns anos a baixa pombalina, e não só, alimentavam-se exclusivamente dos próprios lisboetas. Os turistas existiam, mas em número muito inferior aos da cidade. O seu valor era quase residual...
Neste panorama era fácil sermos abordados por algum empregado de restaurante a convidar-nos a entrar na sua "xafarica" de forma a taparmos o apetite.
Porém a evolução é uma coisa muito gira. Mas muito facilmente perdemos o controlo das coisas.
Hoje fui à Baixa Pombalina fazer uma compra. Atravessei ruas e ruelas passei à frente de inúmeros restaurante e para meu espanto... não fui abordado por nenhum empregado de restaurante.
A minha vestimenta de trabalho (fato e gravata) colocava-me nos "a excluir". Para logo atrás de mim um casal com ar estrangeiro ser rapidamente abordado.
O mais curioso é que na zona onde trabalho, fora do centro pombalino, não há turistas a não ser aqueles que saem dos hotéis em busca do Metro ou outro transporte.
Naquela zona há também uma imensidão de restaurantes. Mas nenhum deles anda a angariar clientes na rua. Outras posturas...
Noutro local da cidade mais turistico há novas abordagens e ofertas. Deste modo a cidade de Lisboa vive diferentes vidas.
Porque o turismo o obriga, porque a cidade parece perder identidade.
São assim os euros a mandar! E é pena! Ou provavelmente... não!