O preço da esperança
Tenho alguma relutância em falar do assunto que envolve finanças pessoais porque muita gente ao ler este postal tenderá a discordar comigo pois no que concerne à gestão fiduciária pessoal, sou muito espartano. Ao invés de quando era jovem... (a idade serve para isso... ensinar).
Esta manhã fui ao pão a uma pastelaria a 500 metros de casa. Estava eu na fila para pagar o pão adquirido e à minha frente quatro senhoras queixavam-se do aumento de preços, eventual prenúncio de uma escalada da inflação.
Não tomei nota de que produtos estariam a falar, quiçá combustíveis, mas calmamente chegaram à caixa. Cada uma, deste poquer de damas, pagou a sua despesa, mas todas acrescentaram a despesa do pequeno-almoço diversas raspadinhas (eu sei, eu sei o que estarão a pensar sobre esta minha demanda!). Vejo-as depois cá fora a raspar freneticamente e a deitarem todos os talões sem prémio num caixote para tal.
O curioso (ou talvez não) é que nenhuma delas se queixou do preço do jogo cujo valor desconheço totalmente.
Porque no fundo, no fundo o preço da esperança de uma vida melhor nunca será demasiado elevado.