O M.S.
Lembram-se desta estória que aqui relatei há umas semanas?
Pois é esta semana voltei a encontrar o cavalheiro invisual, mais uma vez no Metro. Aproximei-me dele, identifiquei-me e após uma pequena dúvida ou sei lá incerteza, recordou-se de mim e tivemos finalmente uma conversa bem animada.
Onde trabalha, que idade tem, como ficou cego... tudo questões que ele respondeu sem azedume. Ah e como se chamava também lhe perguntei.
Uma conversa mais masculina a seguir, retirou-lhe umas gargalhadas valentes e sonoras. Notei que à nossa volta algumas pessoas olhavam-nos de forma estranha como se vissem dois extra-terrestres.
Mas tal não me inibiu de dar um abraço a este cego que é um exemplo de coragem, tenacidade e resiliência na cidade. No final e segundos antes de eu sair da estação ele augura:
- Havemos de nos ver por aí!