"O Fim dos Baltasares"
Um bom livro deve principiar por um bom prefácio.
E um bom prefácio é assim uma espécie de chave mestra que acorda o leitor para o que se seguirá!
O livro infra entrou pela minha caixa de correio adentro, naquele envelope branco e azul como tanto gostam os monárquicos. Uma surpresa! Uma alegria!
Li o prefácio e fiquei ali preso naquele belíssimo naco de prosa, escrito imagine-se pela mão competente do filho do autor.
"Quem sai aos seus não é de Genebra!", diria um amigo meu recentemente falecido em tom de brincadeira e que trabalhava as palavras como poucos. Curiuosamente ou talvez não também um jurista. E minhoto (sinto que nestas coisas não há coincidências)
O "Fim dos Baltasares" é um livro pequeno em tamanho que qualquer pessoa lerá num belo serão, coisa que não me assiste. Até porque sou lento, pastoso a ler qualquer pedaço de prosa. Porque gosto de avançar, recuar em busca de algo e regressar à leitura. Retiro frases, palavras, sentidos e coloco-os à beira de um pequeno caderno. Por fim continuo até este se apresentar.
Duas estórias que correm em paralelo. Do princípio até à derradeira palavra. Que nos transportam para diferentes perspectivas de vida. Todas elas verosímeis.
Um morgadio e uma praia. Nada mais oposto, todavia com tantas semelhanças, para além do nome Baltasar!
Escreve o meu bom amigo João-Afonso neste seu texto de apresentação do livro "...todos temos os nossos Baltasares, ainda que com outro nome qualquer..." Uma assertiva verdade pouco assumida por todos nós.
Escrito naquele seu jeito tão peculiar mas assim mesmo cativante "O Fim dos Baltasares" carrega consigo a nostalgia de tempos antigos. Adorei simplesmente recordar!
Remato com um profundo, sentido e publico agradecimento: obrigado bom amigo por esta prenda de Natal antecipada e que me comoveu!
Bem hajas!