O "eucaliptalismo"
Quem, por exemplo, percorre a A23 desde a A1 até perto de Castelo Branco dá conta do que terá sido o Verão passado especialmente em Junho e Outubro.
São quilómetros seguidos de terra queimada a tentar renascer das cinzas, que o vento e a chuva da primavera já levou grande parte.
Sempre que por ali vou passando constato mais árvores queimadas cortadas. O que faz todo o sentido. Pior que a terra despida, é esta repleta de viúvos paus sem qualquer vida.
Há um ano, mais ou menos, escutei alguns governantes observarem que não seria autorizado a plantação de mais eucaliptos, nos terrenos ardidos, para além dos que já estavam destinados.
Só que na política, tal como no futebol, o que hoje é verdade amanhã é mentira. E não bastam vontades políticas para que algo deixe de acontecer. É necessário vontade própria e acima de tudo não ceder a forças poderosas, que insistem na plantação desta espécie de árvores, que são altamente combustíveis e profundamente prejudiciais aos terrenos, secando tudo em seu redor, mas certamente muito valorizadas para a pasta de papel.
Ao redor da A23 o "eucaliptalismo" é já uma triste realidade. Bem visível!
Nem imagino como será noutros locais mais afastados.