O 11 de Setembro das nossas vidas
Há diversos 11 de Setembro na minha vida.
O primeiro foi em 1999. Estava eu em Barcelona.
Nesta data naquela cidade condal comemora-se o dia do País da Catalunha. E digo país porque os próprios catalães têm um enorme “outdoor” nas autoestradas para Barcelona dizendo “Benvindo ao país da Catalunha”.
A capital, que conheço bem, tem tudo para ser um local muito especial. Desde cultura a entretenimento, aos belos museus e às praias, Barcelona está bem fornecida.
Mas neste dia 11 assisti a uma cidade engalanada de cores entre o vermelho e o laranja. Para melhorar era sábado e no “Nou Camp” – o mítico estádio do clube de futebol Barcelona jogava-se um dérbi citadino. O que equivale dizer que a equipa do Espanhol foi visitante no estádio “blaugrana”.
Nesse fim de tarde o metro da cidade estava repleto. Especialmente de adeptos catalães que se deslocavam para assistirem ao jogo. Entre os magotes reparei em três idosos – duas senhoras e um cavalheiro – que equipados a rigor com as cores do clube principal, se divertiam imenso naquele emaranhado de gente. Um exemplo de adepto que me marcou profundamente.
Nesse mesmo dia o meu pai, que estava em Portugal, partiu um pé!
Outro 11 de Setembro que me lembro tem obviamente a ver com o ataque às torres gémeas em Nova Iorque. Recordo-me que estava em formação numa quinta da entidade empregadora. Curiosamente num curso intensivo de inglês.
O professor era canadiano, todavia casado com uma portuguesa e após a volta “higiénica” a seguir ao almoço, regressámos à sala de aula. Na sala de espera a televisão estava acesa e deste modo tive ainda a infeliz oportunidade de ver, em directo, a segunda torre gémea a cair.
O Randy – assim se chamava o professor - estava lívido, como se não acreditasse no que via. Eu assustei-me com tamanha barbárie. A aula dessa tarde ficou claramente por ali e a verdade é que desde esse fatídico dia o Mundo jamais foi igual. Até hoje!
Neste dia um amigo meu faz anos.
Ora entre o 11 de Barcelona e o 11 de Nova iorque decorreram somente dois anos. Contudo desde este último, vivemos momentos deveras estranhos. O futuro parece muito incerto.
Pois também nós teremos de escolher os 11 de Setembro das nossas vidas: ou o da alegria dos idosos ou o da intemperança humana.