Mil quilómetros...
... em três ilhas!
Nota inicial
Resumindo: oito dias de calendário decorridos e mil quilómetros percorridos! Assim terminou a minha aventura no arquipélago dos Açores.
Uma ideia que na sua génese não metia pandemias já que projectei esta viagem logo no dealbar de 2020.
Depois veio o tal covid19 e tudo se transformou. Menos a minha vontade de ver as ilhas açorianas restantes.
Teimei, teimei e acabei por, no passado dia 16, embarcar para Santa Maria no primeiro vôo que a SATA fez para aquela ilha pós-confinamento.
É então sobre estes oito dias açorianos que irei escrever.
SANTA MARIA - A ilha amarela
Cheguei ao Aeroporto da ilha perto da hora do almoço. A questão do covid19 obrigou-nos a perder longo tempo, de forma que quando chegámos ao porto da Vila para almoçar no Clube Naval eram quase três da tarde e já não havia nada para comer. Acabei assim por regressar ao centro e aí almocei. Depois parti da vila, mais à sorte que planeado, em busca de descobrir a ilha que já sabia de antemão ser pequena.
A primeira paragem foi no Pico Alto no meio de um parque florestal fantástico onde abundam as cliptomérias de origam nipónica.São árvores de grande porte e que segundo informação de um vigilante da natureza têm um crescimento muito rápido. A verdade é que há nacos de estrada em que o sol olimpicamente não entra, tal a densidade de arvoredo.
A paragem seguinte já foi bem perto do mar no farol da Maia. Uma ponta de terra que entra pelo oceano dentro. De um lado a Fábrica da Baleia do Castelo, aparentemente há muito tomada pelo mar,
Ao meio o Farol tendo nas suas encostas algumas plantações de vinha
Do lado esquerdo junto ao mar, qual fajã de S.Jorge pode-se apreciar a bela povoação da Maia.
No final da estrada que ladeia o mar nesta povoação podemos apreciar uma das mais belas cascatas. Pena é que fosse Julho e a água fosse pouca. Ainda assim adorei este local.
Talvez este tenha sido o sítio onde fiquei mais tempo (retiranto o de praia, claro!). O som da água a cair da cascata, os patos próximos e o ruído das ondas do mar a bater no basalto negro, criaram uma mistura muito curiosa e que me deu uma paz diferente. Ainda aqui pode-se ainda apreciar um antigo lagar de vinho.
Regressei à estrada para me dirigir a S. Lourenço, uma baía deveras conhecida por estes lados.
São célebres na ilha as suas piscinas naturais. Todavia neste dia o mar não estava com grandes contemplações e mostrou-se sempre muito arisco. Um local bonito, mas sem aquele arrebatamento que o poderia tornar especial.
Curiosamente não muito longe daqui pude observar o Poço da Pedreira. Outro local idílico. Ficam aqui algumas imagens, mas essencialmente registe-se o som natural ali captado.
Um dos ex-libris da ilha dizem que é o "Barreiro do Faneco". Uma espécie de deserto de terra vermelha e seca.
O mapa foi ajudando, mas creiam-me... foi uma desilusão. Na verdade a terra é vermelha e o chão parece árido... mas basta olhar-se para algumas terras no nosso Alentejo no final do Verão e infelizmente vemos coisas bem piores.
Antes de jantar ainda tive a oportunidade de visitar a povoação de Anjos onde, segundo dizem, chegou Cristóvão Colombo aquando do regresso ao Continente europeu, após ter descoberto a América.
Jantei finalmente na Vila do Porto um bife bem saboroso.