Memórias
Lembro-me bem de antigas eleições em Portugal. Muitos comícios, muitas bandeiras, muita gente presente. Nesse tempo a democracia vinha para a rua em magotes.
Hoje os candidatos atravessam avenidas e praças, visitam escolas e fábricas, cumprimentam velhos e novos, osculam meninas e senhoras, mas sem a multidão de outrora. Mas tudo em nome dos superiores interesses do país.
Os debates que vi gravados (pregorrativa que a minha operadora de televisão me apresenta!) foram de uma pobreza franciscana. Se houve alguns candidatos que falaram do que fizeram no passado como lastro para o futuro, outros houve que falaram do que irão fazer no futuro quando nem sequer têm história.
Entretanto ouvi um destes dias alguém dizer que esta eleição será a menos partidirizada. Não o creio!
De forma encapotada os partidos lá vão dando aqui e ali uma ajudinha, o que prova que na política a seriedade ainda é algo meramente utópico.
Por isso, nestas alturas a RTP memória deveria mostrar como se montava um comício nos anos setenta e oitenta. Seria a política desse tempo mais séria que a de agora? Definitivamente não, mas era muito mais genuína!