Memórias!
Uma das coisas de ler em livros velhos prende-se com as surpresas com que estes me brindam.
Passo a exemplificar...
Quando era miúdo e mais jovem sempre tive a mania de guardar dentro dos livros as pratas de uns bombons de ginja que havia naquele tempo (uma espécie de Mon Chéri da altura, passe a publicidade!). Assim como os bilhetes de autocarros das minhas idas e vindas para a escola.
Um destes dias voltei a pegar num dos meus velhos compendios para iniciar a sua leitura. E não é que encontrei, por entre folhas amarelecidas pelo tempo, dois bilhetes de autocarro.
Custou cada um 2,50 escudos, o que agora em euros nem sei converter.
Quando em 1969 passei a frequentar o Ciclo Preparatório em Almada, tive de passar a deslocar uns quilómetros entre casa e a escola. Naquele tempo o bilhete custava-me... 40 centavos. E porque eu não apanhava um autocarro a 50 metros de casa e ia apanhar um outro que tinha uma grande vantagem: era mais barato 10 centavos. Porque tinha meio bilhetes e tendo eu 10 anos... aproveitava.
Obviamente fui crescendo e os preços dos transportes subiram, mas fui guardando os bilhetes que me caiam na mão.
Um dia criaram os passes sociais e eu nunca mais comprei bilhetes.
Guardo portanto este tesouro... sei que não tem valor algum, mas para mim é bela memória!