Livros: a preservação de um património!
Algo que me faz muita impressão é o despejo de uma casa. Geralmente quando os donos morreram e os descendentes não pretendem guardar nada.
Andou um casal uma vida inteira a lutar por ter uns tarecos, para no dia seguinte à sua morte tudo aparecer ao lado de um caixote do lixo.
Este fim de semana assisti aqui mesmo ao meu lado a um desses casos. O último morador já morreu há uns anos e os herdeiros decidiram vender a casa. Havia então que libertar a moradia.
Assim, a uma vintena de metros da minha casa onde há um caixote do lixo, passou este a ser o "depósito de inúteis". Ao seu redor vi um pouco de tudo, desde roupas a loiças, tachos, panelas e outros utensílios domésticos. De tal forma que dei por muitos carros pararem para recolherem o que outros deitaram fora.
Aquilo foi um corropio de gente. Inimaginável.
Quando a tarde se encostou à noite também eu por lá passei que, como sabem, sou um anormal apreciador de coisas velhas. Entre muito lixo e coisas sem valor encontrei algo que me encheu o coração de tristeza. Falo obviamente de livros. Muitos livros.
Se bem que a grande maioria fossem claramente temáticos, sem qualquer interesse, encontrei no monte 10 pesadíssimos volumes que correspondiam a uma reconhecida enciclopédia "Larrouse".
Eu sei que basta "googleit" em qualquer computador ou outro equipamento para saber tudo e mais um par de botas sobre qualquer assunto. Porém uma enciclopédia longa e abrangente parece-me que é uma espécie a ser preservada. Digo eu!
A verdade é que a trouxe os livros para casa. É certo que cheiram demasiado a mofo, mas já têm destino traçado: uma biblioteca aqui perto, que serve a terceira idade.