Juro que não te quero!
Hoje de manhã quando fui a pé ao pão deparei com uma quantidade anormal de pequenas moradias, que até há pouquíssimo tempo transbordavam de vida. Hoje, quase todas, apresentavam um catrapázio com a seguinte palavra em tamanho garrafal: vende-se.
Associado à palavra uma qualquer imobiliária. Tristemente óbvio!
O número de habitações à venda nesta zona cresceu exponencialmente e quase de uma dia para o outro. Ainda há pouco tempo alguém passou na rua e perguntou-me se estaria interessado em vender a minha casa. Isto é a procura parecia maior que a oferta.
Hoje leva-me a crer tudo estar relacionado com as recentes e outrossim contínuas subidas das taxas de juro emanadas pelo tal de BCE! Portanto se juntarmos a amortização, mais os juros e demais alcavalas que os empréstimos obrigam, temos que a despesa com uma habitação cresceu muito mais que os rendimentos.
Daí perceber um número anormal de habitações, em segunda mão, à venda.
Reconheço que sou um privilegiado pois pago uma taxa de juro muito abaixo daquela que é apresentada pela banca comercial. Mas mesmo assim em menos de um ano, tendo amortizado perto de 5 mil euros, o valor mensal do meu juro não parou de subir. Dos 10 euros que paguei em Agosto de 2022 passei para mais de 60 euros em Junho deste ano. E pelo que sei continuará a escalar!
Imagino então as pessoas com orçamentos muito limitados, filhos pequenos a necessitarem de infantários ou escolas. A ginástica que não devem fazer para que o orçamento não derrape.
Um problema na actual sociedade lusa e para a qual não vejo uma solução a contento de todos.