Inexorável... o tempo!
Vivo numa zona residencial onde o que prevalece maioritariamente como habitações são... moradias.
Quando vim para aqui morar conheciamo-nos quase todos: era a D. Isménia, o senhor Duarte, a Júlia ou as manas gémeas Ana e Joana.
Muitas vezes dávamos boleia uns aos outros ou simplesmente aos nossos filhos ou netos. Todavia o tempo corre a nosso desfavor porque nos tornamos mais velhos e estes mais velhos ainda. E há os que partem numa última viagem. Para sempre.
Nesta minha rua passava e ainda passa um só autocarro de vez em quando. Naquele tempo trazia e levava muita gente... Agora passa quase sempre vazio!
Soube hoje que uma das moradias da rua encontra-se à venda. Mais uma família que sai daqui, optando provavelmente por um prédio de elevadores. Mas sem jardim ou quintal! Sem árvores nem relva. Talvez rodeado de muitas lojas e cafés.
É que a vida e os anos não perdoam. Nem a mim, nem a ninguém!