Há doenças boas e más?
Um amigo de longa data, médico cardiologista, dizia-me há tempos que actualmente existem mais doenças porque antigamente as pessoas morriam de maleitas que hoje curamos em dois dias (caso das contipações e ligeiras gripes).
Reconheço que esta teoria faz sentido! Deste modo vemos doenças tão estranhas quanto incuráveis. E face a esta realidade como reagimos?
Pois é... este é o grande dilema do ser humano. Vivemos uma vida com alguém, criamos laços, amizades, trocamos gestos de carinho e de ternura e um dia só desejamos... que ele morra! Tenebroso desejo!
O que é então pior: uma demência cada vez mais limitativa ou uma doença do foro oncológico?
A esta questão ninguém se sente seguro em responder. E muito menos com vontade de o fazer...
Todos temos consciência que a morte é algo inevitável e certa... Mas o que se pretende é saber a que custos, quer fícsicos quer psicológicos... especialmente para quem rodeia o enfermo!
A ciência médica tem ainda alguma dificuldade em evitar as doenças do foro da mente, ao mesmo tempo que consegue, com relativo exito, retardar algumas doenças do foro oncológico.
Nenhuma doença é obviamente boa mas as enfermidade do foro degenerativo parecem-me aquelas que deviam merecer da sociedade médica uma reflexão profunda no sentido de se abrirem, quiçá, à eutanásia.
O que ganha a sociedade com alguém que está enfermo com demência há anos? E que custos tem associados? E as dores provocadas aos familiares?
Demasiadas questões às quais ninguém porventura sabe ou consegue responder!
Fica aqui o registo de saber se prefiro morrer de uma doença cancerosa, consciente e lúcido ou de uma qualquer enfermidade degenerativa, que faz com que nem conheça os meus próprios filhos...