Filho adoptivo!
Após 15 dias na Beira Baixa eis-me de regresso à cidade e à loucura da enorme urbe!
Foram quase duas semanas completas a correr atrás de muita coisa, mas principalmente da azeitona. Que estava óptima, sã e fundiu muito bem.
Ontem enquanto arrumava as últimas caixas e mantas fiquei a pensar se não seria melhor ficar por ali mesmo. A aldeia não é muito grande mas tem quase tudo. O ar forte que desce da serra queima mais que um dia ao Sol na praia. Nas diversas fontes jorra água fresca e saudável e as pessoas são simpáticas e acolhedoras.
Por diversas vezes encontrei pendurado no portão de casa sacos com víveres: romãs, dióspiros, couves, abóboras e até aguardente. Também me brindaram com enchidos maravilhosos e bem perfumados.
Notei um movimento inabitual dentro do povo. Creio que uma corrida que ali se realiza anualmente trouxe muita gente que acabou por ali ficar mais uns dias. Já para não falar da quantidade de estrangeiros que optaram por viver ao redor da aldeia.
Entretanto as madrugadas continuam serenas, pacatas e quase convidativas a um passeio pelas ruas desertas não obstante muitos dias de chuva.
Talvez um dia por ali fique definitivamente. Não sou filho da terra, todavia adoptaram-me.
Sinto-me um privilegiado por fazer parte daquela comunidade!