Educação: decisões difíceis!
A maneira como cada um de nós educa ou educou os filhos varia muito da nossa própria educação ou da forma como assumimos a vida que vai escorrendo por entre as nossas mãos.
Tenho um velho amigo que nunca soube educar convenientemente os filhos. Mas não o fez por descuido, mas porque, no fundo, também fora educado da mesma maneira. Ele sabe perfeitamente o que penso, pois disse-lhe ene vezes que estava a educar mal os seus infantes. Na altura ele concordava comigo, mas não nunca teve força psicológica e moral para inverter o rumo dos acontecimentos, com os custos financeiros e pessoais inerentes a essa incapacidade de se impor.
É sem dúvida uma das melhores pessoas que conheci em toda a minha vida e continuo a pensar que não merece, de todo, o calvário que passa.
Faço com isto a ponte para dois casos que irei relatar: um que assisti e outro que me foi relatado por um amigo.
O primeiro aconteceu hoje. Estava no corredor da piscina onde a minha neta vai tomando umas lições de natação quando chegou uma menina de seis/sete anos de idade à porta, vinda da piscina em fato de banho e enrolada num roupão. Procurava a mãe que teria a roupa para se vestir. Só que esta não estava presente. E ali ficou minutos ao frio a aguardar. Finalmente apareceu a mãe e quando disse que estava à espera há algum tempo escutei:
- A mãe estava a trabalhar!
Fiquei triste com aquela desculpa e no meu pensamento nasceu logo a verdadeira questão: quando é que um trabalho vale mais que um filho?
Perante este mau exemplo nem imagino como será lá em casa... Creio que deverá viver em roda livre, sem regras nem limites.
O segundo caso foi contado por um amigo que uma destas noites teve em casa a jantar com ele e com os três filhos duas colegas da filha mais nova de treze anos. Este pai tem por hábito impor a regra de jantarem todos juntos (pais e filhos), mas só quando o último acaba de comer é que têm todos autorização para levantar da mesa. Outro pormenor é a ausência de equipamento electrónicos à mesa! Muito bem acrescento eu!
As meninas convidadas estranharam aquelas regras e ambas confessaram que em suas casas cada um come à hora que lhe apetecer e o que quiser. Mais... têm de ser elas a preparar a refeição se quiserem jantar alguma coisa. Portanto imagine-se o que terá sido a educação daquelas jovens... porque agora dificilmente mudarão de postura.
Não sou sociólogo, psicólogo e psiquiatra para tentar traduzir estes dois casos. Todavia tenho a certeza que estes pais, ora distantes dos filhos receberam igual educação dos seus antecessores.
Aproxima-se o Natal a passos largos. Uma altura que deveria de ser de junção de família temos muito filhos em vésperas da festa a entregar os seus antecessores nos hospitais para que possam viver o Natal descansados esquecendo que amanhã poderão ser eles a serem escorraçados de casa!
A Maribel publicou hoje um belo texto sobre educação! Que todos deveriam ler e seguir!