E agora Portugal?
Agora é fácil sovar selvaticamente, nem que seja só por palavras, Paulo Bento. Tivessem os “deuses do futebol” como lhes chama José Mourinho com a selecção portuguesa, provavelmente o país acordaria hoje bem mais feliz e o treinador português seria quase endeusado. Pelo menos o país do futebol…
As críticas ao (ainda) actual seleccionador nacional são mais que muitas e chovem de todo o lado. Casmurro e incapaz de aceitar os erros, o antigo treinador do Sporting sai sem honra nem glória desta campanha. Mas a culpa provavelmente nem é toda dele…
Em tempos referi aqui a minha estranheza pelas escolhas do seleccionador nacional para este Mundial. Com um naipe de jogadores aptos e em boas condições, foi chamar atletas muito cansados, com imensos jogos nas pernas e com demasiadas lesões ou inactivos há muito tempo.
E se a polémica com Quaresma tinha razão de ser, então porque não se falou de Postiga ou Nani? Mas adiante… A geração de oiro dos finais dos anos oitenta há muito que deixou de existir. E não deixaram verdadeiros herdeiros. Ronaldo tem-se vindo a destacar no Real Madrid mas com uma seleção destas, amorfa e cansada (ele próprio fatigado!), dificilmente poderia ter feito melhor.
Finalmente o que poderia ser sido um belíssimo incremento financeiro para os empresários após este mundial, tornou-se um verdadeiro fiasco, pois houve jogadores que perderam muito do valor com que tinham chegado, CR7 inclusivé. Ou dito de outra forma o feitiço virou-se contra o feiticeiro… Se a desconfiança na escolhas dos jogadores para esta selecção esteve directa ou indirectamente relacionada com empresários, a verdade é que o tiro saiu mesmo pela culatra e os olheiros interessados em reforços viram-se para outros jogadores de selecções supostamente menos cotadas mas que provaram em campo serem grandes guerreiros. A selecção do Gana é disto um bom exemplo!
A pergunta do título tem uma razão de ser… E agora Portugal?
A resposta parece fácil! Há que mudar… Radicalmente!
Porque sem isso das duas, uma: ou o presente dirigismo velho, antiquado e assoberbado de vícios arrepia caminho, repensando o futebol português, passando por exemplo por obrigar os clubes da primeira liga a jogar com um mínimo de jogadores nacionais ou sem esta profunda reflexão teremos a nossa selecção a jogar ao nível do que foi nos anos setenta e oitenta.
E depois não há contractos de publicidade que nos valha.