Duas ilhas - duas jóias #1!
Nota de abertura
Da minha primeira visita ao Faial, já lá vão quinze anos, guardei três grandes memórias: a Caldeira, os Capelinhos e o porto da cidade da Horta. Portanto a minha expectativa para esta viagem, não sendo enorme, traria, quiçá, alguma correcção ao que sentira e vira naquela altura. Os próximos textos tenderão a descrever o que vi e acima de tudo como senti esta volta a duas ilhas que sendo do mesmo arquipélago e do mesmo grupo são tão diferentes! Espero que se entusiasmem a visitá-las. Os açorianos merecem e nós também.
Voltas trocadas!
Aterrei pouco depois das nove da manhã (hora local) no Aeroporto do Faial após vôo directo de Lisboa. No balcão onde levantaria o carro perguntei à menina se seria boa ideia visitar já a Caldeira, se bem que já tivesse mais ou menos desenhado um croqui da volta à ilha, maioritariamente feito por uma (quase) filha da terra. Peremptória disse que o melhor seria ir para lá de seguida pois no dia seguinte iria chover e provavelmente não veria a bela caldeira.
Ora se bem o pensei melhor o fiz e à entrada do Varadouro virei à direita por uma estrada de terra vermelha e onde os coelhos e a passarada conviviam em saudável conjugação de Natureza e perante os quais tive de conduzir devagar e com todos os cuidados. Muitos quilómetros e muitas curvas e subidas lá encontrei um largo repleto de carros e com muita gente. O tempo variava entre o fresco da altura, algumas nuvens entrecortadas por um Sol por vezes abrasador tendo em conta a hora da manhã.
Atravessado o túnel é-nos oferecido uma beleza estonteante.
Os diferentes verdes iuminados pela luz solar contrastando com alguma sombra nebulosa a uma profundidade que a foto não faz justiça, davam mais encanto ao lugar. Andei por ali longos minutos até que de repente ficámos sozinhos (eu e a minha mulher, obviamente!). Foi o momento perfeito para escutar o silêncio, aqui e ali cortado pelo cantar feliz dos melros e demais aves.
Um silêncio que até doía.
Saí dali assim que diversos táxis surgiram na estrada. Voltei pelo mesmo caminho encontrando mais coelhos, mais melros sempre ladeados por uma vegetação verde e pujante.
Havia que regressar rapidamente ao esfalto e recomeçar a volta conforme havia sido previsto pois a subida não calendarizada à caldeira trocára-nos as voltas.