Duas ilhas - duas jóias #7!
3 - O porto que tem uma cidade
As Almas com café no Topo
Inicio este postal com um mui breve exemplo do que foi a viagem de barco entre a cidade da Horta na ilha do Faial e a vila das Velas na ilha de S. Jorge e que durou mais de duas horas já que partimos às nove da manhã e chegámos já passava das onze e meia.
Durante toda a viagem tanto a chuva como o mar encapelado fizeram as suas vítimas. Felizmente que este casal sexagenário passou esta prova com grande distinção chegando à bonita vila das Velas fresco e airoso e pronto para aquilo que a ilha teria para nos mostrar.
Durante a viagem marítima um dos assistentes de bordo aconselhou-nos lugares e restaurantes. Com os pés em terra firme recolhemos a viatura e fomos em busca do hotel onde deixámos as malas. Novamente na estrada eis que começámos a subir para Santo Amaro onde encontraríamos o primeiro restaurante na ilha do bom queijo (mais uma!!!).
O Forno de Lava é um espaço fantástico com boa comida, óptimo serviço e simpatia a rodos. Como é apanágio dos ilhéus. Os preços dentro do que é normal para as ilhas. Pena foi que o nevoeiro tivesse inundado a ilha, inibindo de vermos a paisagem da esplanada do restaurante.
Após o almoço partimos à descoberta da ilha. A ideia seria correr o sul da ilha nesse mesmo dia, tentando ver as Fajãs mais conhecidas para no dia dia seguinte o destino ser... a Fajá da Caldeira de Santo Cristo.
A primeira paragem foi nas Manadas onde o sol mais ou menos surgia por entre umas nuvens cinzentas. Junto ao mar conseguia-se ver a Ilha do Pico à distãncia
A igreja bem perto parece guardar o local das intempéries.
Voltei à estrada principal até encontrar o primeiro desvio para uma Fajã. Seria a da Almas a primeira de algumas que veria com gosto. Estrada muito inclinada, curvas deveras apertadas onde seria impossível a passagem de duas viaturas. A determinada altura já quase a chegar a estrada alargou como se houvesse um parque de estacionamento.
Fui aí que deixei a viatura e desci o resto a pé. Esta foi a primeira foto da Fajã
Ainha havia muito para descer. A paisagem é de cortar a respiração mas o que mais me surprendeu foi a quantidade de lagartixas que se conseguiam ver. Não exagero ao dizer que vi centenas... de todos os tamanhos e cores. Inofensivas, ainda assim pareceu-me claramente estranho aquela quantidade enorme de répteis.
Que me parecem já estar habituados ao ser humano
Chegar ao nível do mar ainda demorou uns belos minutos, mas valeu a pena.
A subida fez-se bem sem sobressaltos nem outras viaturas e mais à frente nova Fajã. A dos Vimes que é conhecida por ser o único local da Europa onde se produz café. Mais uma descida até bem perto do mar para encontrar a loja da D. Paula que é uma das três produtoras de café naquela Fajã.
Tivemos o privilégio de fazer uma visita ao cafezal onde a proprietária contou um pouco da história de como apareceu ali o café. Parece que um antigo emigrante no século XIX regressou à sua ilha e para lá trouxe alguns bagos de café que semeou. Mais tarde a planta deu frutos e daí ter surgido esta pequeníssima actividade.
Por ali ficámos a tentar perceber como tudo se fazia. Parece que estamos ainda nos velhos tempos pois tudo ali se faz de forma artesanal. Saímos da Fajã e percorremos o caminho para uma das pontas da ilha. Mais conhecida pelo Topo este local deu-nos então isto.
Fica a pergunta: haverá outro mar azul como este?
8 - Sardinhas, Rosais e Fajã dos Cubres