Duas ilhas - duas jóias #3!
O porto que tem uma cidade
Abandonei os Capelinhos com nostalgia. Mais à frente na estrada que já havia feito principiou novamente a chover.
Conduzi devagar ao passar por Ribeira Funda, Cedros, Salão, Espalhafatos, Pedro Miguel sem ver nenhuma das praias. A chuva intensa limitava os passeios pedestres.
Acabei por chegar à Espalamaca, sem ter passado pela praria de Almoxarife. Ficará para a próxima...
Na rotunda saio para a esquerda que me deu acesso ao Miradouro e onde se destaca uma enorme imagem de Nossa Senhora da Conceição que vela e guarda o porto e a cidade.
Inesperadamente pára de chover e um sol quente surge para secar a estrada. O miradouro é já ali. Daquele alto temos a noção de como a cidade está refém do porto. Uma paisagem única, brilhante e profundamente cativante.
O Sol ilumina agora a cidade e o porto. Entretanto o Pico esconde-se por detrás de grossas nuvens como se tivesse vergonha de ser testenmunha permanente de tanta beleza.
É a hora de descer à cidade. Deixo o carro e as malas no hotel e parto a pé para explorar finalmente a meretriz de um espaço que é já uma referência mundial.
Inicio a caminhada à beira porto pelo cais dos ferrys que brevemente me levarão a S. Jorge e com calma que o fim de tarde reserva vou palmilhando a calçada negra e alva.
O mar, o tal de cor azul como não há em outro lugar, anuncia-se calmo, sereno.
Aproximamo-nos da marina que alberga centenas de embarcações de (quase) todos os tamanhos e nacionalidades. Uns encostados, outros atracados ou simplesmente fundeados dá gosto sentir aquele espaço.
Na avenida, nas esplanadas ou simplesmente nos cais, velhos e novos lobos-do-mar de barbas longas e peles tisnadas, vão trocando ideias, contando e recontando peripécias passadas ao largo.
No final, bem no final da rua após o porto encontrámos o Porto Pim.
Trezentos e cinquenta metros de verdadeira praia de areia. Negra claro!