Diário da azeitona - 8
Hoje para mim, decididamente, não foi um bom dia. Assim que me levantei tive aquela estranha sensação de que algo iria correr mal.
Começou logo ao pequeno almoço quando a cafeteira de café derramou o dito pela mesa. Depois foi um pacote de leite que deixei cair. As minhas mãos estão uma lástima com muitas feridas, algumas delas em postos tão estratégicos que me limita a mobilidade manual.
Já no olival surgiu um enoooooooooooooooooorme contratempo, já que umas das baterias que alimenta uma das máquinas de colher azeitona, deixou de debitar energia. Após conversa entre todos achou-se por bem ir até Castelo Branco comprar uma bateria nova. Ora como a capital de distrito da Beira Baixa fica a quase 30 quilómetros, imaginam o tempo que perdi. Cheguei perto das onze da manhã junto dos meus para uma hora depois estar novamente a sair para ir buscar o meu filho mais novo ao Expresso que vinha de Lisboa.
Contas feitas não fiz nada de manhã. Vinguei-me da parte da tarde já que acabámos uma parte que nos parecia importante finalizar.
Queimou-se ainda a lenha e carregaram-se os sacos cheios de azeitona para o barracão. Palpitou-se uma colheita diária a rondar os 600 quilos.
Mesmo com os episódios da manhã os outros trabalharam valentemente. Era já noite quando saímos da fazenda.
Entretanto recebi a notícia que os 316 quilos entregues neste dia no lagar deram 35 litros. Média de nove quilos para um litro de azeite.
Não sendo fantástico... até que nem é mau!