(Des)uniões de facto!
A ideia de que há homens e mulheres destinados a… é uma estranha utopia dos nossos dias. Raros são as uniões que se mantêm por muitos anos. E vejo casais cada vez mais velhos a desfazerem casamentos de longa duração.
Um destes dias telefonei a um antigo colega que após alguns minutos declarou que se havia separado da esposa. Ela na cidade e ele na aldeia.
- Porquê só agora? – perguntei.
- Primeiro foram os filhos, depois os netos e agora cada um tem um sentido diferente para a vida.
Aceitei as razões e fiquei a matutar.
Realmente viver ao lado de alguém, como escreveu Carlos Tê, que não ouve a mesma canção é um esforço enorme. Para ambos!
No entanto o que estranho não é a juventude, que muda de par como quem muda de roupa, mas as pessoas mais velhas assumirem, ao fim de quase meio século de vida em conjunto, um erro que durou tanto tempo.
Por isso considero que a vida a dois é um caminho deveras sinuoso e que requer um enorme espírito de sacrifício de ambos.