Desilusão de Natal!
Custa-me deveras assumi-lo, mas o Natal transporta-me sempre para uma época em que não fui nada feliz. Naquela consoada todos aguardavam a chegada do Menino Jesus com as prendas que desceriam num cesto pela chaminé.
Mas naquela noite o cesto que vi trouxe algo que não esperava. De tal forma que saí daquele lugar a correr e não pretendi voltar. Nunca soube de quem fora a ideia de colocar aquele objecto no cesto, porém a tentativa feita pela família de limpar o erro que haviam cometido, após a minha reação, não resultou e acabaram por me criar ainda mais tristeza pelo Natal.
Era miúdo, muito miúdo todavia jamais olvidei essa noite. E todos os anos a evoco...
Ainda hoje quando me lembro percebo que a ferida continua a purgar uma raiva que vou tentando conter e encaminhar para a minha escrita de forma a diluir-se nas palavras escritas.
Depois muito mais tarde e já com gaiatos tentei sempre alegrá-los. E ao ver a felicidade deles eu próprio ficava feliz. Agora já há uma neta e espero sinceramente que ela nunca se desiluda com o Natal! Nunca!
Não há pior sensação!