Desacordo acordado!
Está visto que o Acordo ou desacordo Ortográfico voltou à ordem do dia.
O Presidente da República escreve pela nova forma, mas Marcelo Rebelo de Sousa prefere a antiga!
Quase me faz lembrar aquela brilhante rábula da Ivone Silva em que Olívia Patroa e Olívia Criada se confrontavam numa mesma mulher.
Com as recentes declarações o PR terá aberto o caminho para uma discussão mais alargada, que ainda não conseguiu gerar consensos na sociedade portuguesa (será que alguma vez haverá?).
A abertura à sociedade civil da discussão no Acordo (fala-se mesmo de um referendo) pode vir a criar, num futuro próximo, novos problemas, já que a Administração Pública escreve unicamente sob a capa do Novo Acordo ortográfico. E os manuais escolares já foram redigidos seguindo a nova grafia.
Ora reverter tudo seria, como é óbvio, demasiado dispendioso.
Deste modo uma solução futura passaria por se aceitar as duas grafias mesmo que isso possa originar alguma confusão, especialmente nas crianças em idade escolar. Por exemplo um miúdo pode começar a aprender a escrever de determinada maneira e anos mais tarde surge-lhe uma grafia diferente. E qual delas estará certa? E poderá misturar as duas?
Depois há outrossim a ratificação pelos países Lusófonos deste Acordo e que tardam em fazê-lo, à luz da ideia de que a língua mãe é só uma.
Enquanto esta “poeira” não assentar definitivamente, continuarei a escrever como aprendi há meio século.