Da minha mocidade!
Dos meus tempos de miúdo guardo poucas e gratas recordações.
Filho único, uma mãe doméstica e hiperprotectora, um pai a lutar no Ultramar para ganhar mais uns cobres foi a mistura (im)perfeita.
De tal forma que não sendo nada mimado, a liberdade de ser criança foi-me cerceada desde muito cedo.
O que equivale dizer que quando aoa 10 anos entrei para os escuteiros foi uma alegria para mim.
Lembro-me do meu juramento na igreja de Almada, do nome da patrulha (Falcão) da qual cheguei a ser sub-chefe de alguns exploradores, dos acampamentos ao frio e à chuva, do convívio e solidariedade.
Só agora reconheço quão importante foi para a minha vida conviver naquele ambiente. A máxima de fazer uma boa acção todos os dias, de estar sempre alerta ou fazer do mundo um local melhor acompanhou-me desde essa altura até aos dias de hoje.
Aprendi a respeitar o próximo, a ser amigo do ambiente, a viver uma vida assente em valores humanos.
Sinto que muitas vezes não o consegui, mas ainda hoje olho para o mundo sempre com a esperança de que um dia o deixarei melhor!
Ainda guardo o lenço, a boina (que obviamente já não me serve), o Manuel do escutismo de Baden-Powell e um gosto muito especial em fazer nós.
Porque escuteiro um dia, escuteiro toda a vida.