Coragem para ser... Mulher!
Aviso já que este postal poderá criar alguma crispação no que diz respeito ao seu autor. Especialmente por parte das leitoras. Mas antes que comecem a invectivar-me, nem que seja só em pensamento, peço apenas que leiam o texto até ao fim. Depois sim, chamem-me o que quiserem.
Não sou, nem nunca fui adepto dos dias de… qualquer coisa. Percebo a ideia ou o fundamento, mas tendo em conta que vivemos hoje tempos mui diferentes e com acessos a quase tudo, sinto que a existência destes dias específicos não serve os focados, mas tão-somente quem precisa das comemorações para justificar qualquer coisa…
O dia da Mulher é todos os dias. Olimpicamente todos. Como é o dia do Homem ou do dia da Criança. E se não o é, deveria ser! Ponto.
Nunca olhei para a Mulher como um ser inferior, nem física nem intectualmente. São diferentes dos Homens em muitas coisas, mas isso não quer dizer inferiores. Nada mesmo. Lutam, trabalham, pensam e agem com a mesma convicção que o sexo oposto e merecem por isso o meu sincero apreço.
É certo que as mulheres são em algumas coisas mais frágeis. E dou um exemplo real: estou a ajudar a criar dois dos meus quatro netos. Neste caso presente há uma menina de cinco anos e um rapaz de quase um ano. A memória da menina nos seus tempos de bebé evoca uma criança pacata, alegre e serena. Com a mesma idade o mano mais novo é um moço com uma força quase indomável. Para ele não há limites e se não vai a bem vai a mal com as óbvias (más) consequências.
Isto serve apenas para tentar explicar que o rapaz de onze meses tem formas muito pessoais de apresentar a sua força enquanto a mana com a mesma idade tinha outro tipo de reacção, bem mais inteligente.
Infelizmente sei ou melhor todos sabemos que muitas mulheres ainda sofrem com o machismo e a misoginia. Alguns homens ainda vivem hoje sob o efeito de uma sociedade masculina que governou o Mundo durante milhares de anos. E parece difícil quebrar esta corrente.
Mas creio que paulatinamente as coisas tendem a melhorar. As novas gerações percebem que o peso de cada um na vida social e familiar é precisamente igual e importante.
Depois nas escolas e em casa os educadores deverão ensinar as crianças a perceberam que a diferença entre rapazes e raparigas é apenas um pormenor de cariz anatómico.
Por tudo isto, pela minha própria experiência de vida, por aquilo que me é dado ver em casa e muitas vezes fora, estou plenamente convicto que o Dia Internacional da Mulher, no futuro, só servirá para ajudar ou alertar sociedades mais retrógradas, onde a mulher não passa de um mero objecto. E é aqui que será necessário intervir, educar, ensinar, fomentar a liberdade… de ser Mulher!
Finalmente para todas as meninas e senhoras que por aqui apareçam desejo-vos que continuem a ter a coragem que tiveram para aqui chegarem!