Auto entrevista (parte 3)
R: - Exactamente. A este propósito tenho uma amiga que diz que nada nos acontece por acaso, pois tudo tem uma razão de ser.
P: - Como surgiu a ideia do primeiro livro?
R: - Peguei naqueles meus textos dos diferentes “Desafios dos Pássaros” que já falei, revi-os e compilei-os. A estes juntei outro conjunto de escritos também de um desafio e que tinha como tema quadros. E assim nasceu o “Quatro desafios de escrita”.
P: - Como foi a reacção dos leitores?
R: - Foi obviamente boa, mas retirando algumas honrosas excepções toda a gente conhecia os textos.
P: - Para no ano seguinte voltar a publicar. Impulso ou já estaria previsto?
R: - Metade de cada. O impulso é importante, mas a razão também teve a sua quota parte pois eu queria muito pegar nos meus outros textos e juntá-los.
P: - Também com origem em desafios?
R: - Sim, mas desta vez com uma nuance, já que fui eu que pedi a amigos do mundo blogosférico que me colocassem “uma frase, um tema, uma palavra” e sobre a qual escreveria os meus textos.
P: - E safou-se bem?
R: - Sim, creio que sim! As reacções de quem leu foram sempre positivas. Mas como me disse alguém se os livros são oferecidos ninguém irá dizer mal (risos!).
P: - Ainda bem que fala disso. Explique o porquê de oferecer os seus livros em vez de os vender?
R: - Porque não faz sentido vender os livros que eu concebo. Jamais ficaria rico se os vendesse e desta forma vou agraciando quem realmente merece. Sei que valem pouco e por isso digo que estou simplesmente a oferecer leitura e nunca cultura.
P: - Mas não ficou por aqui, já que recentemente lançou outro…
R: - É verdade. No passado mês de Maio surgiu “Pela noite dento, contos e outros escritos”…
P: - Porquê contos?
R: - Bom… não sei como responder com assertividade, mas sempre li muitos e como escrita também prefiro aos romances.
P: - E qual o seu contista preferido?
R: - Seria mais fácil responder Miguel Torga, mas, sinceramente, prefiro Fialho de Almeida.
P: - Portanto escrever um romance está fora de questão?
R: - Nem por isso. Mas para tal necessito de tempo e investigação. Pode ser um dia mais tarde.
P: - Para terminar, em que se baseia os seus textos?
R: - Confesso que as pistas para a minha escrita podem vir de muito lado. Sou geralmente muito atento ao que me rodeia o que dá sempre azo a muitas ideias. Por vezes basta uma simples palavra, outras uma ideia. Tudo fica a aboborar dentro da minha cabeça e um dia ou melhor, uma noite, despejo tudo de uma só vez.
P: - Qual parte é que gosta mais da sua actividade? Escrever, ler o que escreveu ou ver as reacções de quem o lê?
R: - Sinceramente o momento que gosto mais é aquele em que escrevo a estória na minha cabeça. A liberdade que tenho ao fazê-lo sem me preocupar com erros gramaticais, vírgulas ou acordos ortográficos é algo que prefiro e me faz sentir bem.
P: - Terminámos e cabe-me agradecer-lhe mais uma vez por esta entrevista.