As prendas de Natal!
Nunca escrevi cartas ao Pai Natal e muuuuuuuuuuuuuuuito menos ao Menino Jesus que na minha altura de criança seria o responsável pela recolha da informação e mais tarde a sua distribuição.
Naquele tempo não havia super nem hipermercados e as lojas eram as da nossa rua; o senhor António da pastelaria, o Justino da papelaria, o Favinha da mercearia e alguns outros de quem olvidei o nome. Não havia distribuição gratuita e as prendas vinham pela chaminé enfiadas num cesto que alguém do lado de fora fazia descer.
A noite passada, mui perto da meia noite andei armado em Pai-Natal a distribuir os presentes pelos diversos sapatos deixados à beira da árvore de Natal. Notei que cada vez são menos prendas muito por culpa de alguns pais das crianças que apenas autorizam a entrega de uma prenda (leia-se brinquedo) por pessoa às suas crianças. Dizem que assim evitam desperdício.
Não sei se o conseguem, mas enfim, não pretendo contrariá-los. Talvez por isso a minha neta depois de abrir as suas poucas prendas dedicou-se a abrir as dos outros (as minhas incluídas!).
No fundo o prazer desta criança não parecia estar nos seus presentes de eventuais brinquedos, mas simplesmente no acto genuíno de desembrulhar as prendas, mesmo que fossem dos outros.
E estava tão feliz!