As ilhas perfeitas - dia IV
Domingo foi o último dia de passeio pela Ilha das Flores. Mas foi também dia de festa em honra de S. Pedro, padroeiro da freguesia e do Divino Espírito Santo. Logo de manhã notou-se movimento defronte do Império consagrado ao Divino. Aproximei-me lentamente e fui percebendo pais e mães de mãos dadas às filhas de branco vestidas... Uma ternura.
Eram dez e meia da manhã, já batia um Sol quente, quando sairam todos em procissão até à Igreja Matriz. Tudo muito bem organizado com direito a fanfarra e poucos fiéis a acompanhar.
No largo da igreja mais gente, mas estranhamente ainda pouca para a conhecida fá católica daquela região.
Não fui à missa desta vez e parti em busca de uma Reseva Natural na Fazenda de Santa Cruz. Este é um local que é outra boa surpresa. Com cerca de três hectares, este local tem uma diversidade de polantas e animais que faz as delícias dos visitantes.
Foi uma volta demorada e pensei como gostaria de ter as minhas netas ali! Nas costas do parque há ainda uma belíssima queijaria gerida pelo senhor Fernando, um beirão radicado há muitos anos na ilha, e pela filha Ana Catarina, onde comprámos uma série de queijos... fabulosos!
Fazia-se tarde e logo dali saí para as Lages onde me esperava um almoço fantástico: boca-negra grelhada com batata doce. E abrótea frita! Ui... como me soube bem!
Entretanto o tempo estragara-se e caía uma pequena chuva. Nada que um bom continental não aguentasse. Por isso mesmo à chuva fui dar conta dos estragos que o furacão Lorenzo fez ao porto em 2018 e não obstante muitas obras ainda visíveis.
Mas há também alguns pedaços reparados e prontos a receber embarcações, se bem que de pequeno calado o que ainda é insuficiente para as necessidades da ilha.
Por ali deambulei até chegar bem perto de um veleiro com bandeira peruana e acabadinho de atracar. Acabei por meter conversa com um dos triputlantes que me disse serem três e que haviam partido bas Bahamas 13 dias antes. Apanharam na viagem uma forte depressão e que agora seguiriam para... a Horta! Só podia, pensei eu!
A povoação teve em tempos um museu da baleia mas desapareceu também com o tal furacão.
Faltava já ver pouco da ilha. Porém as paisagens de Costa, Lajedo e Mosteiro não deixam ninguém indiferente.
A beleza é tanta que quase tenho de parar a cada 100 metros de estrada.
Finalmente encontrei esta estranha formação rochosa a que deram o nome de Rochedo dos Bordões.
Neste sobe e desce de estrada íngreme e demuitas curvas, quase se assemelhava aos caminhos para as Fajãs de S. Jorge, a beleza destas serranias verdes é algo inesquecível.
À saída da estrada que vem de Mosteiro ao lado esquerdo há um marco geodésico e um miradouro... Parei, aproximei-me e...
A Fajãzinha e as quedas de água do Poço da Ribeira do Ferreiro e toda azona envolvente e a uma altura considerável.
Esta paisagem autenticamente de bilhete postal é por assim dizer o toque final desta viagem, se bem que ainda aproveitei o resto do dia para visitar as Lagoas Branca
e a Lagoa Seca
Saí deste local bonito para parar mais à frente no miradouro do Bico de Sete Pés.
Regressei a Ponta Delgada onde vim mais tarde a descobrir que faltara ver o farol do Albernaz ali bem perto do Ilhéu Maria Vaz!
Cheguei a Santa Cruz já perto do fim do dia.
Quando a noite caiu consegui perceber movimento de arrumações no Império ao Divino Espírito Santo.
Entretanto a Lua se escondia-se por detrás de uma nuvem tendo como companhia um candeeiro de rua!