As ilhas perfeitas - dia III
A ilha do Corvo é das nove ilhas que compreendem o arquipélago dos Açores, a mais pequena. Talvez por isso é muitas vezes colocada em segundo plano.
Porém quem como eu já conhecia a Ilha sabe que aquele pedaço de terra que se ergue de um mar tão azul merece uma visita. Porque também esta ilha tema sua beleza.
Mas vamos ao que importa. No primeiro dia e assim que cheguei ao apartamento encontrei um número de telefone para onde liguei a marcar viagem para o Corvo. Só tinham disponibilidade para sábado e para mim era totalmente indiferente. Marquei para Sábado e o embarque seria no Porto das Poças.
Assim à hora marcada lá estava a aguaradar a embarcação que me levasse até ao outro lado do canal. Já passava das onze da manhã quando surgiu a lancha.
Foi nesta embarcação aparentemente frágil que embarquei e durante mais de uma hora naveguei pelo belo mar anil dos Açores. A determinada altura os motores reduziram a força e durante muitos e saborosíssimos minutos pude apreciar isto:
Uma alegria esta companhia que durante algumas milhas nos acompanharam. Porém a foto que mais gosto desta singela viagem para o Corvo é esta.
Há neste vôo do cagarro uma liberdade que ninguém tem! Depois a ilha das Flores já distante e o azul do mar... sempre o azul!
Cheguei à ilha do Corvo por volta da hora do almoço. Eu e mais de duas dezenas de viajantes. Achei mais avisado ver o que queria ver e depois mais tarde almoçar. A subida para o caldeirão do Corvo não é fácil. Perto de sete quilómetros pela única estrada que existe foram da povoação.
Depois... bom depois é aquele choque, aquela sensação de pequenez perante tamanha beleza.
Não sei se o léxico português terá palavras suficientes para descrever o que se vê do alto daquele Caldeirão. Umas vezes límpido, outras ata+petado de umas nuvens que desaparecem rapidamente, mas que quase nada deixam ver!
Da primeira vez desci até lá abaixo junto à água, mas desta vez considerei arriscado até porque o chão estava molhado e uma queda naquele tapete não seria coisa de somenos! Fiquei pelo meio caminho... Donde aproveitei para fotografar mais de perto... hortenses!
E vacas!
Há quem faça a volta inteira ao cimo do Caldeirão, mas isso leva muitas horas porque são só... cinco quilómetros de perímetro.
Sair daqui, deste local tão belo quanto pacificador é quase uma violência, mas haveria que o fazer, até porque às duas e meia o restaurante deixaria de servir refeições.
A vila do Corvo é pequena, mas tem quase tudo o que as vilas têm! Supermercado, CTT, duas agências bancárias, para além, obviamente da Câmara Municipal e um conjunto de outros serviços públicos, todos a trabalhar no mesmo edifício onde o azul celeste (a exemplo da Fajãzinha nas Flores) é a cor predominante. Parece que a República aqui ainda não chegou...
A igreja é humilde mas bonita.
A vida por aqui faz-se à velocidade de chegada e partida dos turistas, seja de barco seja de avião, mesmo quw aeroporto seja do tamanho da vila.
Às cinco horas lá estou novamente da embarcação desta vez de regresso às Flores. Levantou-se uma nortada ligeira suficiente para nascesse alguma onulação no mar. Ainda assim nada de preocupante e a viagem fez-se muito bem.
Mas faltava ainda uma pequena surpresa. O responsável pela embarcação deu-nos a hipótese de ver mais maravilhas...
Para além das cascatas que caiam no mar, pude ver grutas onde o azul do mar ganhava novas tonalidades.
Simplesmente imperdível este fim de tarde no regresso à ilha e que mais uma vez surpreendeu por uma beleza invulgar.
Quando atraquei ainda tinha o coração aos pulos!
A noite entretanto foi de festa popular!