As crianças... crescidas
Esta semana que agora finda foi demasiado trágica em acidentes mortais com crianças. Primeiro foi a mãe de Caxias e já no final da semana uma criança que caiu do 21º andar em Lisboa.
E estes são aqueles que sabemos porque foram noticiados. Quantos haverá, por esse país fora, em semelhantes situações?
No entanto, o que custa realmente compreender é como estas casos acontecem. Como pode uma mãe entregar ao mar o destino dos seus filhos? Como pode um casal deixar a sua criança de tenríssima idade sozinha em casa? Que gente é esta? Que mundo estamos nós a construir?
Um ror de questões que nenhum de nós saberá responder. E se no caso de Caxias, a mãe parecia que estava profundamente descompensada, psicologicamente falando, já no caso de Lisboa, no Parque das Nações, não há obviamente qualquer desculpa para o grave acidente.
Cada vez tenho mais consciência que os jovens não estão preparados para a constituição de uma família. Os filhos dos “gameboys” e das “Nintendo” acreditam que no final de um mau acontecimento tudo volta ao início como se fosse um mero jogo virtual. A vida é um jogo sim… Mas demasiado perigoso para ser levado a brincar.
No entanto não gosto de pensar se nós como pais não teremos um pouco a culpa da irresponsabilidade desta juventude. Deu-se e facilitou-se em demasia para que eles não passassem o que alguns de nós passámos.
Esta fórmula dos novos tempos traduziu-se num egoísmo atroz. Os miúdos já pouco conversam ou se o fazem é através de um léxico próprio, deixando-nos a milhas de percebermos o que dizem. Depois os tais jogos que os isolam da sociedade criando nas suas imaginações, mundos quase perfeitos e que controlam a seu bel-prazer. Muito ao invés da pura realidade…
A palavra família foi outrora mais que um mero conceito, foi uma estrutura. Actualmente a palavra existe mas sem qualquer sentido e sem a tal âncora que segurou tantas pessoas no mesmo ideal. E é pena!
Dói-me o coração só de imaginar que a esta hora quantas crianças estarão a sofrer agruras porque os pais, infelizmente, cresceram por fora mas ainda são muito crianças por dentro.