Apreciar a pacatez!
Nunca me senti intimidado pela idade. Sei que esta é inexorável e portanto o melhor que terei de fazer será aceitar.
Dito isto também reconheço que quanto mais ando nesta vida menos tenho para andar! Mas para quê ralar-me com essa certeza? É uma enormíssima perda de tempo e de recursos internos. Portanto... vivamos um dia de cada vez!
Esta sexta feira fui à Beira Baixa numa viagem lenta, mas saborosa. Quando cheguei perto das oito da noite estariam uns meros 4 a 5 graus e um vento cortante descia da serra da Gardunha, companheira inseparável do pequeno povoado.
Como de costume quando estou na aldeia levanto-me muito cedo para ir à padaria buscar pão e uns saborosíssimos croissants. Portanto no sábado levantei-me às seis da manhã e fui de carro até à padaria. Ora como não tenho por lá garagem a viatura ficou ao relento. Deparei que o para-brisas tinha uma grossa camada de gelo que tirei com alguma dificuldade.
O resto da manhã passei-a no campo a contar oliveiras, não vá o IFAP um destes dias desmentir a contagem, e senti-me ali bem, sabendo que aquele chão ora meu, amanhã será dos meus filhos e dos meus netos.
Mas o que tem a ver a idade com a viagem que fiz? Tudo diria eu!
Porque a nossa vida será sempre uma viagem, umas vezes fazêmo-la muito depressa sem tempo para apreciar o momento outras, como foi este sábado, com tempo para olhar a terra fecunda. Foi fantástico!
Para terminar comunico que os poços, ribeiras, charcas, tanques, lameiros têm água até até!
Já pode parar de chover!