António Costa: Portugal não é (só) Lisboa
Nada me move contra o ex-presidente da CML, apenas detesto ser comido por parvo. Já o fui, é certo, mas agora creio perceber melhor as coisas.
Ao actual PM ouvi muitas vezes dizer, em campanha, que não cortaria pensões, salários e noutras regalias e... foi o que se viu... Culpa dele? Não sei, mas pelo menos do discurso à prática muita coisa se alterou. E para pior.
Do mesmo modo custa-me a entender o novo discurso do líder do PS. Será que ainda há alguém que acredite neste senhor? Eu não, de todo!
AC tal como PPC há quatro anos, fala do que não sabe pois, por muito que tente, não possui todos os dossiers na sua mão. Este tipo de conversa fiada, a modos que para enganar tolos... não vai levar estes políticos até muito longe.
Passos Coelho assim como Paulo Portas estão desejosos de largar o governo, isso é visível. Foram quatro anos muito maus, demasiado maus para serem verdade e aos quais aqueles ficarão indelevelmente ligados, tendo em conta as políticas de austeridade que derreteram a classe média e a economia em particular e o País em geral.
Costa parece estar a cair no mesmo erro que caiu PPC quando se candidatou. É óbvio que em política não se deve prometer o que se sabe de antemão que não vai poder cumprir... mas a tentação é demasiado grande. Pois só assim se ganham eleições.É, por isso, certo que nenhum político, em consciência, será capaz de dizer que os próximos quatro anos são para manter a austeridade. Ninguém ganha votos a cortar nos rendimentos, na saúde ou na educação!
Esta atitude de "prometo-uma-coisa-e-faço-precisamente-o-contrário" levará ao crescimento de um grande desinteresse da sociedade civil pela actividade política e respectvas decisões, cabendo deste modo, às máquinas partidárias a estratégia para as futuras vitórias eleitorais.
São estas poderosas máquinas, em última instância, que carregam os seus líderes e os colocam em lugares de destaque independentemente de saberem ou não, da capacidade que ele possa ter para gerir um país. No caso de AC é de referir que Portugal não é (só) Lisboa.