Antigamente é que era bom!
Não, não vou fazer uma apologia do passado! Nem tecer rasgados elogios ao que é agora velho...
Mas passo a explicar!
Há uns anos li algures um texto simples em que referia que a escrita tinha tendência para perder parte do seu interesse (não eram estas as palavras mas apenas o sentido). E a culpa era dos meios informáticos. Acrescentava ainda, esse texto, que parte dos escritores deixavam de ter o histórico dos seus livros, porque trocando o manuscrito pelo digital desaparecia uma das partes mais belas da escrita: a evolução.
Durante muito tempo considerei esta teoria uma perfeita aberração. Pudera, nessa altura carregava pesados blocos de papel onde depunha os meus escritos. Depois rasurava e voltava a escrever. Punha setas, colocava asteriscos enfim emendava sem parar... E ficou para posteridade!
A verdade é que a vida obrigou-me a repensar as minhas formas de trabalhar e hoje raramente uso o papel para escrever seja o que for! Está tudo no portátil e em periféricos. Este texto que ora escrevo já foi sujeito a dezenas de emendas sem que ninguém note. Com o papel nada disso seria possível.
Pensando bem, deixámos de ver a evolução dos nossos textos para ficarmos unicamente com a versão final. Obviamente que podemos gravar diversas versões mas isso seria fastidioso e poderia dar azo a confusões.
Tenho que dar razão à tal teoria!