Agricultura: um bem precioso!
Vivemos tempos esquisitos, temerários! Não sabemos como será o nosso futuro, tendo em conta as inúmeras ameaças que pairam sobre todos nós.
Uma guerra à escala Mundial parece já não ser uma mera utopia. Creio mesmo que depois da segunda Guerra Mundial esta será a crise mais grave. Não me refiro exclusivamente à guerra na Ucrânia, nem na Faixa de Gaza, mas numa guerra à escala planetária com demasiados países, muito armados, envolvidos.
Se tal acontecer surgirá uma enormíssima crise alimentar, já que poucos países produzem produtos em enormíssimas quantidades, controlando produções e preços. Com um eventual litígio armado à escala Mundial restariam os pequenos países com ínfimas produções para as necessidades mundiais, o que parece ser demasiado pouco.
Portugal teve durante séculos a base da sua economia assente no secto primário onde se destacava a agricultura. Foi já no século XX que se descobriu no sector terciário a fonte de incremento da nossa economia. Obviamente muito à conta do Turismo e derivados.
Com um conflito bélico este sector ficaria quase parado (recordo a este propósito o que aconteceu e das queixas que se escutaram durante a pandemia!). Com o sector da indústria quase inutilizado restará novamente o sector primário para alimentar as bocas lusas e provavelmente de mais gente.
Hoje olha-se para a agricultura como um sector pobre e de pouco valor e no qual poucos são os trabalhadores portugueses. Optou-se por estrangeiros (em condições, muitos deles, profundamente deploráveis) que trabalham longas horas por uns míseros euros.
Conhecendo eu bem esta vida da terra, sei o que custa andar de sol a sol a sachar batatas, a mondar milho, a escardar oliveiras. Para depois num golpe de azar uma trovoada, um frio atípico estragar a produção de um ano. Sei que muitos agricultores sobrevivem à custa de uns parcos subsídios que por veses mal dá para pagar uma alfaia estragada.
A título de exemplo posso afirmar que já gastei 1000 euros este ano para podar as oliveiras para a próxima colheita. Todavia não sei, como ninguém sabe se terei um, dois ou centenas de quilos de azeitona para fazer azeite.
Com um novo governo em funções seria óptimo que o Ministério da Agricultura olhasse para os pequeníssimos agricultores e cuidasse deles como eles merecem! Não falo para mim... mas há por aí muitos a necessitarem de uma mão governativa.
Finalmente convém não esquecer que sem agricultura não há víveres. E sem estes as pessoas não (sobre)vivem!