A revolta dos Europeus!
O resultado das eleições do último fim-de-semana devia tornar-se num sinal evidente de alarme para a actual sociedade política, não só portuguesa mas outrossim europeia. É óbvio que a austeridade imposta pela troika, nos últimos três anos, plasmou-se neste resultado, onde a grande vencedora foi uma vez mais… a abstenção.
Retiro assim do resultado português diversas conclusões:
- A primeira prende-se com a eleição de Marinho Pinto. Um advogado trauliteiro sem capacidade para se sentar numa cadeira de Estrasburgo. Reconheço-lhe alguma razão… todavia a forma (demasiado) populista como aborda os assuntos e os discute na praça pública, atira-o para aquela franja de políticos que adoram dar nas vistas sem apresentarem grande trabalho.
- A segunda é que a esquerda portuguesa nunca se abstém. Uma verdade quem vem de longe!
- A terceira – entronca claramente na segunda - e cai numa ideia e que se liga ao meu sentimento de que o voto devia ser obrigatório, tal como acontece em alguns países democráticos da Europa. Se assim fosse, certamente que nenhum dos partidos de esquerda andaria nesta alegria desmedida.
- A quarta conclusão é que se pode ganhar sem vitória e perder sem derrota. Falo claramente do PS que ganhou as eleições, mas muito longe de um resultado que poderia e deveria ser histórico e da coligação PSD/CDS que perdendo, ainda assim conseguem após três anos de má governação, não descolar em demasia do partido liderado por António José Seguro.
Finalmente a Europa (principalmente a Alemanha!) parece ter acordado para uma realidade bem diferente daquela que gostaria e desejava. O (bom?) futuro passa obrigatoriamente por uma visão menos economicista e mais humanista da sociedade europeia, sem a qual o velho continente arrisca-se a mergulhar num caos político e financeiro, muito à semelhança do início do século XX.
E de consequências imprevisíveis!