A revolta!
Hoje o meu barbeiro, um transmontano valente, enquanto de tesoura e pente me tosquiava, pegou no assunto dos últimos dias: os distúrbios na Cova da Moura na Amadora.
- O que me diz a este caso?
Respondi de forma diplomática:
- Não digo nada porque só sei o que vou lendo. E provavelmente nem tudo será verdade!
Todavia percebi qual seria a sua ideia e não lhe dei lastro ao assunto. Nem precisei, pois o J. voltou ao assunto com um discurso quase radical. Muito no seguimento de alguns líderes de certas forças políticas.
Não imagino o que seguirá naquele bairro nos próximos dias e noites, no entanto fico a aguardar o desenvolvimento dos acontecimentos, esperando sinceramente que tudo amaine para bem dos cidadãos que ali vivem e das forças policiais, que independentemente do seu trabalho, quantas vezes ingrato, também são gente e têm família. Como tinha a vitima mortal!
Fica ainda a ideia de que alguns partidos e associações aproveitaram-se desta nefasta situação para atirar achas para uma fogueira já de si demasiado crepitante. Eu sei que estes tristes episódios têm sempre um grande impacto nos bairros mais herméticos e vai daqui alguns grupos políticos gostam de se aproveitar da situação no sentido de abichar mais uns votos.
Só que a incontinência verbal trará sempre mais atritos a uma sociedade assaz carente e sensível, mas pronta para a violência, que ninguém deseja!
Finalmentte convém não esquecer que há gente que esfrega as mãos de contente com estas pequenas revoltas.