A minha memória e a da Jacinta!
Sempre me senti dono de uma memória, diria que de elefante! Mas reconheço que cada vez mais aquela é mais selectiva, já que neste momento só me recordo das coisas boas.
Não imagino se é o meu subconsciente a mandar na memória, se é a idade ou unicamente a vontade que tenho de me lembrar de momentos que me fizeram feliz.
Outra das características da minha memória é a estranha tendência para decorar números. Sejam eles de telefone, números de contribuinte ou números de matrículas dos carros.
Mas na minha longa caminhada da vida acabei por encontrar alguém bem pior (ou será melhor???) que eu. A Jacinta (nome fictício) tinha uma cabeça para memorizar numeros... fantástica. Quando eu estava no activo e sempre que pedia uma intervenção externa no computador de alguém, tinha que indicar o número de património do equipamento, que era geralmente constituído por uma série de 10 algarismos. Pois é, agora calculem que cada utilizador tinha a seu cargo um equipamento, mais um monitor, em alguns casos impressoras locais, já para não falar de ratos ergonómicos e outros periféricos. Portanto muito material...
Se multiplicarmos por cada empregado departamental era uma lista longuíssima de números.
A Jacinta tinha as funções similares às minhas, todavia no seu departamento, que era o maior da empresa com centenas de utilizadores. A verdade é que ela sabia de cor os números de todos os equipamentos... Fossem estes de um director ou de um contínuo.
Mas a estória mais curiosa aconteceu comigo mesmo, quando certo dia deixei o carro na garagem da empresa com as janelas abertas. A meio da manhã a segurança da empresa enviou um mail para todo o edifíco a comunicar que havia uma viatura com a matrícula x com os vidros abertos. Acto contínuo e depois de ler a mensagem telefona a Jacinta para a segurança e diz que o carro é do José, isto é, meu!
Portanto era sobejamente conhecida esta característica da Jacinta, que originou até apostas, tendo ela ganho todas!
Gente curiosa... é o minímo que se pode dizer.