A minha idade sanduiche!
Há alguns anos alguém me dizia que muitos de nós vivemos em modo sanduiche, já que por cima estão os pais com os seus problemas e por baixo os filhos com situações obviamente diferentes dos antecessores, mas ainda assim com problemas que acabam também por nos afectar!
Dito isto declaro que nesta altura gostaria de ter uma vida mais tranquila do que aquela que tenho, especialmente porque estou sempre preocupado com os meus velhotes. O meu pai de 91 anos ainda se considera um homem valente, já que gosta muito pouco ou nada de ser limitado na sua vida ainda autónoma. Porém os seus rins já não trabalham como deveriam e está por isso entregue aos cuidados da hemodiálise três vezes por semana. Uma situação que o coloca preso e dependente de tratamentos hospitalares e isso aborrece-o olimpicamente.
A minha mãe de 85 começa a dar sinais evidentes de uma arterioesclerose preocupante. Esquece-se onde deixa as coisas e das conversas tidas, principalmente comigo. Mas ainda consegue tomar conta de si de forma razoável!
Ora sendo eu filho único e estando eles na aldeia a 120 quilómetros da minha residência, estou sempre com o coração nas mãos temendo que algo de mal lhes aconteça. A verdade é que ambos sentem que conseguem viver a vida sozinhos e sem ajuda, mas é a mim que me bate o coração mais apressado sempre que a minha mãe me telefona. Nunca sei o que virá daquela conversa. Até agora as coisas, não obstante não serem perfeitas, ainda se vão resolvendo.
Mas não sei até quando!