A contínua luta pelo poder
Ultimamente tenho lido, em alguns diários de economia, opiniões sobre o futuro de Portugal… no pós-troica. Não obstante algumas ligeiras diferenças de análise, a maioria dos comentadores partilham da mesma ideia: Portugal não pode voltar ao que era dantes.O Primeiro-ministro já o disse, em diversas ocasiões, que não se desviará do rumo traçado, mesmo que isso lhe venha a custar, como é previsível, as próximas eleições. Parece-me uma atitude anormalmente coerente e corajosa para um político.
Ao invés o líder do PS vai conseguindo acertar mais no seu próprio pé do que no governo. Hoje pretende uma coisa, amanhã quer outra e assim, de contradição em contradição, vai tentando levar o seu PS a uma vitória eleitoral.
Percebe-se que Seguro não está preparado para ser PM. Tal como não estava Passos Coelho. E é esta impreparação que se torna o calcanhar de Aquiles de António José Seguro. Dentro do PS surgem cada vez mais frentes de batalha contra o seu próprio líder. Mesmo não sendo publicamente assumido, percebe-se que há no maior partido da oposição um ambiente de alguma turbulência, com o intuito de minimizar a futura vitória de Seguro.
Este líder tenta, com a actual recusa de um pacto com o governo para o futuro, descolar a sua imagem das futuras medidas impostas pela troica. Um processo que lhe pode dar algumas alvíssaras… ou talvez não. Os futuros eleitores o dirão!
Pior quer ter um governo demasiado subjugado às vontades de entidades estrangeiras é termos uma oposição mole, fraca e demasiado volátil. Tivesse o PCP outro líder, com uma visão mais actual, e talvez fosse o grande ganhador no futuro acto eleitoral.
Até às europeias muita água há-de correr debaixo de muita ponte.
Aguardemos, portanto!