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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Quarenta anos!

Há precisamente 40 anos, neste mesmo dia 6 de Outubro, entrei no Banco de Portugal, onde permaneci como empregado efectivo até 2020, ano em que me reformei.

Já por aqui fui contando algumas das minhas aventutras e desventuras enquanto funcionário do Banco. Se pretender ler basta usar a pista 37a9m25d que irá dar a um conjunto de peripécias quase todas carregadas de algum humor.

Calculo de todos quantos entraram na minha incorporação não deverá haver nenhum ainda em actividade. Mas não sei com precisão.

Quando estava a trabalhar geralmente por esta altura convocava todos quantos havíamos entrado nessa altura, para um almoço. Durante alguns tomei essa iniciativa. Todavia nesta altura do campeonato da vida há provavelmente alguns que estarão "fora-de-jogo"!

Quarenta anos é um número quase bíblico já que há referências a este múmero em diversas partes do Novo e Antigo testamento.
Não obstante as coisas nunca me terem corrido de feição dentro daquela casa como correnram a outros, é certo também que nunca culpei a Institução por isso, já a culpa deve ser assacada somente a este. Alguns (ir)responsáveis terão algumas culpas neste cartório. Mas eu também!

Até por que tinha outra vida cá fora, muuuuuuuuuuuuuito mais interessante!

Do menino de 23 anos que entrou naquele pretérito dia existe agora muito pouco. Talvez o amor pela vida!

A imagem que fica!

Há 40 anos quando estava a poucas semanas de ingressar num novo trabalho, um tio próximo deu-me o seguinte conselho: toma cuidado como entras na empresa, já que a primeira imagem que deres aos teus colegas será aquela que irá perdurar para sempre.

Fiquei um tanto apreensivo, mas depressa percebi quão verdade havia sido aquele aviso, já que anos mais tarde alguns dos colegas que tinham entrado comigo no mesmo dia receberam outros desafios, enquanto eu me mantinha no meu local de trabalho original. 

É certo que jamais usei de subterfúgios para alcançar outros cometimentos, como alguns usaram. Nunca foi do meu feitio pois sempre gostei de ser sério... comigo mesmo. De pouco me valeu esta postura já que muitos ultrapassaram-me pela direita e pela esquerda, enquanto mantinha o mesmo caminho. O dinheiro para mim não é tudo, nunca o foi, e a minha consciência tinha e tem muito mais valor que uns meros euros a mais no fim do mês.

Talvez por isso (ou provavelmente não!) ainda hoje sou recordado por antigos colegas com quem trabalhei, não obstante já estar reformado há dois anos. De tal forma que marcaram um churrasco e convidaram-me para fazer parte do convívio. Podiam perfeitamente não o ter feito, já que não têm qualquer obrigação para comigo.

Tudo isto para dizer simplesmente que a vida também nos dá alguns prémios. Não serão Óscares “hollywoodescos”, mas ainda são prémios. E boooooooons!

Fica por dizer, porque nunca o soube, qual foi a imagem que os colegas tiveram de mim naquele dia de Outono, há 40 anos.

Mas isso agora já não conta!

A gente lê-se por aí!

Dois anos de vida boa!

Pois é parece que foi ontem, mas já passaram dois anos desde que me reformei.

Muitos ao lerem isto dirão ou, no mínimo, pensarão "dois anos de boa vida"!

Realmente foram um par de anos não de uma boa vida, mas de uma vida boa. Que são coisas bem diferentes.

Boa vida poderá significar muita coisa, dependendo do utilizador e obviamente será diferente de pessoa para pessoa. Uma vida boa requer uma série de funcionalidades para as quais nem todos estão aptos.

Tenho consciência que desde 2020 tenho tido uma vida boa, acima de tudo porque me entregaram, nas horas normais de expediente, a responsabilidade de tomar conta de uma criança que no início teria meses e agora já tem meses e... anos.

Foram até agora 24 meses de redescoberta, de alegria, de muito cuidado, de enorme trabalho, mas que culmina sempre naquele abraço apertado de uma criança.

Trabalho mais agora que antigamente? Talvez! Mas este é daqueles trabalhos em que o reconhecimento é visto na altura, no momento. E só por isso vale a pena.

Termino a desejar apenas mais um ano de reforma e de vida boa!

E nada de boa vida!

As férias!

Oficialmente já estou de férias.

Férias? Como é que um reformado tem férias? Perguntar-me-ão vocês.

Ora bem... a vossa questão faz sentido, porque oficialmente só se deve falar de férias aqueles que ainda se encontram no activo. Certo? Errado... já que não é por se estar aposentado que não se direito a uns dias fora do ususal.

Na verdade este ano necessito descansar, mas serão poucos os dias para tal. A neta vai lá aparecer e se com ela, como dizia a publicidade tudo melhora, é certo que aqueles dias de ripanço serão ínfimos.

Portanto amanhã será doia ade atravessar a ponte, chegar a casa, descarregar, vestir num fôlego a indumentária de veraneante e partir para a praia tentando chegar ainda cedo.

A ver vamos.

Só um breve pormenor... não irei de férias da escrita!

 

Saudades de um reformado

Não sei se o título deste postal é feliz, mas não me lembrei de outro. No entanto não pense que tenho saudades do tempo em que:

- tinha um horário a cumprir;

- todas as manhãs lutava contra um trânsito caótico;

- aturava uns chefes que tinham medo da própria sombra;

- comia num refeitório repleto de outros colegas, na maioria chatos;

- nunca podia ir de férias quando queria pois havia quem tivesse mais prioridades que eu.

Como reformado que sou a segunda-feira é agora igual à sexta-feira e esta semelhante ao Domingo. Portanto nada daquele sentimento apetecível e que culminava quase sempre num violento desabafo: FIM-DE-SEMANA COMPRIDO!

As minhas saudades prendem-se assim com os dias, como o de hoje, onde o fim de semana que ora inicia terá o dobro do tamanho (especialmente se trabalhar em Lisboa!).

Por fim desejo a todos, reformados e activos, um fantástico e longuíssimo fim de semana.

Divirtam-se e sejam felizes que a vida é um instante!

Regresso aos bons almoços

Ontem regressaram os almoços de antigos colegas de trabalho.

Após dois anos de ausência eis que nos encontrámos, mais uma vez, decorrido que foi este longuíssimo tempo. Mais velhos, obviamente, mas ainda assim com bom aspecto tendo em consideração a idade da maioria (quase todos são mais velhor que eu!). Senhoras incluídas!

Retirando dois casos está tudo reformado, vivendo os dias naquela aposentada calma que se deseja e merece. Pois... mas eu nada referi sobre os meus preenchidos dias. Para quê? Provavelmente nem acreditariam.

Mas o que melhor me soube deste repasto foi ter almoçado nas calmas sem aquele stress de quem tem horários a cumprir, algo impensável enquanto elemento activo.

Combinou-se entre todos novos almoços, falta agora marcar o dia e o local!

Termino dizendo que todos tinham máscaras. Não vá o Diabo tecê-las!

Reforma: um novo caminho!

Quando em 1999 fui forçado a permanecer em casa durante seis longos meses, por motivos de doença, tive muito tempo para pensar e, acima de tudo, para perceber que um dia teria de abandonar o meu trabalho normal por passagem à reforma.

Foi a partir desse tempo que comecei a consciencializar-me que teria de pensar em algo para fazer na aposentação. Felizmente surgiu esta coisa imensa que é a blogosfera e passei a ter uma actividade importante para preencher os meus dias, muito antes de imaginar que seria um dia avô.

Entretanto noto ao meu redor algumas pessoas ainda em plena actividade para quem a reforma parece ser a antecâmara da morte. Tentam a todo o custo manter o trabalho porque sabem que no "day after" haverá um vazio imenso nas suas vidas. E, obviamente, na carteira.

Não me cabe criticar ou fazer qualquer juízo de valor sobre o que cada um escolhe para a sua vida, mas com tanta coisa que há por aí por fazer e a requerer gente, custa-me entender como se pode temer o ócio na reforma!

A minha imagem ainda conta?

Há quem nunca se tenha preocupado com a sua imagem... física. A sua indumentária resumia-se a umas roupas mal-amanhadas, uns sapatos quase sempre rotos ou mesmo uns meros sapatos de ténis adquiridos nalguma boutique de alcofa. Fosse para trabalhar ou para ir a uma festa a diferença era mínima.

Já eu que não sendo a beleza de homem que provavelmente gostaria de ser, sempre gostei de andar bem vestido e calçado. 

É verdade que nunca me impuseram quaisquer regras ou obrigações de vestuário enquanto trabalhador por conta de outrém, mas ainda assim sempre gostei de andar minimamente apresentável.

Entretanto com a reforma libertei-me de muuuuuuuuuuuuuuuuita roupa, ganhando muito espaço, especialmente nos guarda-fatos e roupeiros. O que equivale dizer que passei a preocupar-me menos com a minha imagem. Ainda por cima com a pandemia raramente saí de casa.

Por outro lado as minhas conquistas amorosas encerraram há muitos anos e deste modo prefiro conquistar as pessoas por aquilo que sou genuinamente e não por aquilo que pareço (como diria Aleixo!).

Mas será que ainda valerá a pena continuar a investir na minha imagem?

Relações laborais: um mundo às avessas!

Quem como eu trabalhou muitos anos numa empresa antes de se reformar acaba naturalmente, por naquele longuíssimo tempo, cultivar fortes amizades que perdurarão pela vida fora, mas também muitas inimizades. Estas últimas quase sempre resultado de muitas e obsoletas invejas. A maioria sem sentido!

Não tive uma carreira profissional fulgurante, mas também não era isso que me interessava. Preferi sempre viver na minha modesta situação enquanto a meu lado via tantos a esgatanharem para chegarem mais alto. Na maioria sem mérito, mas com muita (boa) publicidade.

Por isso quando tive de sair da empresa por querer abraçar o projecto de reforma, fi-lo de forma consciente e a bem com quem me rodeava. Nem tive direito a qualquer almoço ou jantar de despedida, como seria costume, pois vivia-se o auge da pandemia.

No entanto nada disto me afectou. De forma que hoje, dois anos passados sobre a minha vinda para casa, não sinto saudades, nem raivas escondidas, nem tristes estados de alma.

Sei que há quem não viva assim. Conheci muitos casos de gente extremamente dinâmica enquanto pessoa no activo, mas que com a sua passagem à aposentação caíram numa tristeza e inactividade que os levou rapidamente para o outro lado.

Todavia os casos piores são aqueles que saíram a mal com a empresa. Vivem rodeados de fantasmas que os atentam diariamente e durante o tempo de Morfeu. Lutam contra memórias tenebrosas e em vez de se lembrarem dos momentos bons que passaram, só evocam aquelas horas amargas, como disse um dia o poeta popular António Aleixo.

Imagino que seja difícil sair duma empresa pela porta mais escondida em vez da porta mais nobre. Mas a maioria das vezes a culpa é do próprio, por não ter conseguido lidar com as intempéries laborais que lhe foram surgindo.

As relações humanas são deveras complicadas. Então quando envolve trabalho, ao qual se associa dinheiro, aquelas pioram exponencialmente.

Não calculo se haverá uma formula para lidar com os nossos receios e frustrações nas relações laborais, mas de uma coisa estou certo: há sempre vida para além do trabalho.

Anos diabólicos!

Desde 2020 que vivo uma vida de perfeitom desassossego. Começou logo no dealbar daquele ano com o nascimento da neta.

A experiência de ser avô foi naturalmente uma novidade. Se ser pai é cuidar, ser avô é amar profundamente e sem limites.

Depois veio o Covid e a estória de uma pandemia que nos limitou e ainda limita as nossas vidas com enfâse para o distanciamento de quem mais gostamos. A meio de 2020 reformei-me!

Entretanto em 2021 fui também infectado e todos cá em casa, algo que não deixou saudades. Quase no final do ano passado a minha mulher fracturou o calcanhar o que limitou ainda mais a nossa vida. Já para não falar de 4 meses de obras em casa... Um horror!

Entra 2022. Quando pensava que poderia ter um ano mais pacato, eis que surge esta guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que me entristece e arrepia. Com a devastação que conseguimos infelizmente perceber. E já nem falo das eleições legislativas com uma maioria absoluta que irá (quase) perpetuar António Costa em S. Bento.

Finalmente cai sobre nós uma poeira africana agora numa segunda onda laranja que tudo cobre e suja.

Pois é... anos doidos estes últimos!

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