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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

A vida que me vive!

Há dois filmes que me marcaram e confesso gosto muito de rever. Um deles é Forrest Gump com o Tom Hanks e os seus cinco òscares da Academia de Cinema Americana. Outro é "A vida é bela" do italiano Roberto Benigni que conquistou também ele três óscares.

Ambos muito diferentes no enredo, realizaçáo e interpretação ainda assim têm algo em comum: a vida!

Por muito mal que nos aconteça há que olhar a vida com outros olhos e diferentes perspectivas. Assim fez Guido no campo de concentração nazi com o seu filho de conco anos, assim fez Forrest ao salvar o seu tenente sem pernas das garras da morte.

A vida! Essa ideia estranha, mas realista de que aquela é "somente" o oposto da Morte como confessou uma figura carismática do denominado "jet-set" luso.

Aprendi no caminho de muitos anos que já levo, independentemente do que pretendo e penso fazer, algo haverá que me deixará longe da minha primeira ideia.

Tinha previsto para hoje o meu costumado regresso a minha casa perto da praia, para amanhã voltar à cidade e na sexta partir mais uma vez para a praia... Um pouco simpático porém necessário vai-vém de piscinas de filas de trânsito.

Mas a vida fez com que num singelo minuto tudo se desconfigurasse, já que faleceu uma tia na aldeia. 

Resultado... parto amanhã para a Beira Baixa para voltar na sexta com um velório e um funeral pelo meio. Se contar as voltas que terei de fazer...  diria que vai ser um fim de semana bem prolongado e há meia dúzia de horas completamente impensável.

Temos de ser objectivamente resilientes para aceitarmos que esta tal de... vida tem muito mais força que a nossa normal vontade.

À roda de uma vida

Se de vez em quando conseguirmos parar e olhar para a nossa vida de um patamar superior conseguimos, quiçá, entender o que tem sido este nosso caminho.

Quando infantes e rebeldes tivemos nos pais a disciplina férrea para que nos mantivéssemos no caminho correcto, ao mesmo tempo que recebíamos uma catrefada de ensinamentos que melhor ou pior fomos aceitando. Ou não!

Crescemos sob a batuta dos pais que nos encaminhavam ou nos levavam ao esmeril da experiência e que tantas vezes detestávamos. Foi assim que nos tornámos cidadãos de pleno direito com capacidade e discernimento para saber fazer as escolhas correctas.

O tempo corre célere para todos. Os mais novos rapidamente se tornam pais e passam a ser eles os comandantes de outras vidas. Ao mesmo tempo os pais sempre tão eloquentes nos conselhor e recados mirram à força dos anos e doenças. É nesta altura da vida que os filhos começam a ser puxados para a vida dos pais... e a responderam por eles.

Hoje mais uma piscina de A1 até ao hospital de Torres Novas, para acompanhar o meu idoso pai a mais uma consulda de Nefrologia. Chamado à consulta a médica continua preocupada com a sua grave insuficiência renal que já originou a criação de uma fístula no braço direito para iniciar o tratamento de hemodiálise,555 quando fosse necessário.

Todavia a cada consulta a médica vai adiando o dito tratamento, não obstante as análises não mostrarem uma evolução positiva. Só que o restante estado geral continua normal, sem queixas e outros sintomas.

Na pequeno gabinete a competente médica acabou por me perguntar o que seria de fazer? Na opinião dela talvez não fosse mau iniciar o tratamento, mas perante a situação de não haver alterações insistiu comigo para que decidisse que caminho seguir.

Foram breves segundos, mas tempo suficiente para perceber que tinha às minhas costas a responsabilidade da vida do meu pai. Naquele milésimo tempo os papéis inverteram-se. Olhei-o e quase deixei que uma lágrima caísse.

A questão parecia simples, demasiado simples: e se corre mal?

A vida é uma enormíssima roda... hoje estamos cá em baixo, subimos e logo a seguir estamos onde começámos.

A próxima consulta ficou marcada para o dia 24 de Abril! Lá estaremos... ambos!

Jovem sou eu!

Um funeral é (quase) sempre um momento triste e lúgubre. Então se for numa aldeia, pior um pouco, porque há sempre aquelas carpideiras que ilustram sonoramente a suposta tristeza de amigos e familiares. Mas desta vez foi na cidade!

Um destes dias faleceu um grande amigo do meu pai. A esposa tornou-se uma irmã da minha mãe e o filho meu amigo desde a escola primária. Hoje foi o seu funeral.

Tive de ir, até porque os meus pais não tinham condições para tal e assim fiz eu a representação familiar. Depois também me pareceu importante acompanhar a família nesta derradeira viagem de um bom amigo.

Cumprimentei a viúva que se admirou da minha presença. Depois...

Convém dizer que eu não via o meu amigo, agora órfão, haveria umas dezenas de anos. Andámos na escola, mas a determinada altura cada um seguiu o seu caminho. Ele seguiu a Marinha eu continuei  empedernido civil. Agora somos ambos reformados...

Depois... comecei a ser cumprimentado por muita gente que calmamente foram-me dizendo o nome e que eu recordei dos tempos de juventude. Eles e elas. Cumprimentei-os a todos e fomos dizendo umas coisas semi parvas, para quem já tem idade para ter juízo.

Finalmente o féretro saiu da capela mortuária para o crematório onde assisti à missa de corpo presente. No final despedi-me da família e regressei a casa.

No caminho olhei-me no espelho retrovisor e com algum agrado e um sorriso malandro disse para comigo: estás um jovem!

Almoço a italiana!

Hoje foi dia de almoço com antigos colegas de trabalho! Desta vez fomos apenas dez contra a vintena que por vezes costuma ser.

Agora podemos falar de trabalho, colegas e antigos chefes! Rir dos outros e de nós. Recontar aquela estória tantas vezes repoetuda em cada repasto, mas que todos adoram escutar pela enésima vez!

Trazer à memória personagens com quem trabalhámos, a maioria pelas parvoíces com que nos brindaram. 

Portanto um almoço convívio bem divertido, entre risoto e diferentes massas italianas. um restaurante que não conhecia, mas com... pinta (a lasanha de lavagante ficou-me no goto, talvez para a próxima!).

Todavia houve uma altura em que me senti triste... especialmente quando alguém se lembrou de perguntar:

- Vocês lembram-se do Manel Cachopo? Morreu a semana passada!

Um balde de água fria! Depois outros:

- E o engenheiro Jacinto

- A sério? Ainda há meses que me encontrei com ele na Baixa.

Ai tantos e tantas que já foram embora. Gente boa e menos boa. Competente e incompetente, mas todos a fazerem parte daqueles nossos dias!

Lancei a ideia para a mesa antes de acabarmos!

- No próximo almoço ninguém fala de mortos! Só aqui vimos para comemorar a amizade e a vida!

Ficou prometido! A ver se serão capazes!

Barbárie!

O que levará um radical a disparar diversos tiros matando dois suecos e ferindo outros? Que ganhará com isso a não ser agora tornar-se mais um coelho a fugir de muitos lobos?

Este ataque levará certamente ao recrudescimento pela Europa de forças políticas contra a aceitação de mais emigrantes na sociedade dos seus países. É bom não esquecermos a que deu origem estas forças políticas no século passado!

Este ataque foi uma barbárie contra a sociedade europeia e que não acarreta qualquer paz nem liberdade!

O Mundo está muito pior do que alguma vez imaginei!

E, sinceramente, temo pelo futuro mais ou menos próximo!

Herdar... sarilhos!

Uma das muitas coisas que aprendi da vida é que nem sempre o que se vê é o que parece, tal como aquilo que se tem nem sempre vale o que gostaríamos que realmente valesse.

Esta situação realça-se, por exemplo, quando morre alguém e há uma série de herdeiros. No momento triste e sempre confuso das partilhas há sempre quem considere que determinada coisa, seja ela grande ou pequena, vale muito mais do que estão a valorizar. Especialmente se o dito não estiver interessado na tal coisa.

Por causa destas bravatas é que se desfazem famílias inteiras.

Ora como tenho a desdita sorte ou azar de ser filho único não terei, em princípio, destes problemas quando os meus antecessores partirem. A menos que parta eu primeiro que eles e o problema de heranças passe directamente para os meus filhos...

Hoje fui a um velório de uma prima afastada e que morreu de velhice. A determinada altura a filha dizia-me que ia ter imensos problemas com a herança por causa do irmão. Ainda o corpo estava na capela e já todos se preparavam para uma batalha imbecil e inglória.

Nada comentei até porque não poderia nem deveria tomar uma posição. Era só o que faltava... arranjar sarilhos para cima deste pobre!

Talvez por este triste exemplo já ande a pensar onde e a quem deixar as minhas coisas... Assim quando eu morrer pouca coisa haverá para partilhar!

Eu sei que há testamentos... mas sem bens não há demandas!

A gente lê-se por aí!

Aquilo passa-lhe!

Esta é infelizmente uma frase que se escuta amiúde quando se fala de alguém a quem foi diagnosticada uma vulgar "doença de cabeça" ou apenas "nervos", quando no fundo se está a lidar com uma profunda depressão.

Mais uma vez trago aqui este assunto, não só pela morte inesperada de Luís Aleluia, mas porque esta continua a ser uma doença... pouco valorizada!

Há três anos quando Pedro Lima se suicidou, voltou à ribalta a questão das doenças psiquicas. mas depressa caiu no esquecimento. Como quase sempre em Portugal.

A nossa actual sociedade não está ainda convencida que as doenças do foro psíquico são mesmo doenças... e graves! Pensam que aquilo são apenas manias, os tais nervos e outros epítetos.

Depois vêm estas tristes notícias e volta-se a acordar.... Mas infelizmente por pouco tempo. Portanto renovo a ideia de que é necessário esclarecer, explicar e alertas para possíveis casos de depressão ao nosso redor.

A ideia de que "aquilo passa-lhe" não pode nem deve ser levada em conta! Os custos desta postura quase libertina são catastróficos.

E pior... todos estamos sujeitos!

A idade não perdoa!

Quando chegamos a certa idade e começamos a ver os nossos a definhar, ficamos com aquela ideia ou será sensação: amanhã sou eu que estou assim!

Quer queiramos quer não, a idade tudo nos dá e tira.

Dá-nos sabedoria, mas tira-nos descernimento!

Dá-nos sensatez, mas esconde-nos memória!

Dá-nos calma, mas retira-nos a consciência!

Portanto cada dia será mais um dia. Vivido em plenitude ou muitas vezes nem isso.

Nesta altura da minha vida peço pouco da vida. Talvez um pouco mais de paz no coração, uma noite tranquila e saúde q.b.

Vejo neste mundo tanta demanda, tanta bravata que me sinto chocado. Seria bom que muitos ouvissem o que os chineses dizem após uma partida de xadrez: o peão e o rei encontram-se dentro da mesma caixa.

A verdade é por vezes tão simples.

A gente lê-se por aí!

Simply the best!

Tina morreu hoje na sua casa na Suiça. Para enorme tristeza minha já que nunca a vi actuar!

A minha primeira recordação de Tina Turner remonta aos anos 70 quando a vi como Acid Queen na ópera rock Tommy. Uma memória que jamais esqueci e que alertou os meus sentidos para a sua música.

Durante anos comprei cd´s atrás de cd´s da malograda cantora. A "Miss Legs" deixou uma marca na música e no espectáculo. Ninguém ficava indiferente à cantora. A sua poderosa voz encheu muitos corações. Foi uma verdadeira rainha do Rock'n'Roll.

Custa-me escrever sobre ela porque ela era "Simply the Best"!

 

Santa Páscoa!

Aproxima-se a festividade Maior dos Católicos. Serão três dias de muita fé, muita tristeza para culminar na Alegria da Ressurreição de Cristo.

Se olharmos para esta festa sem os olhos da fé reconheceremos que a Páscoa está umbilicalmente ligada à... Primavera. Depois do Inverno frio e chuvoso eis que toda a natureza se renova com a vinda da estação das flores. 

Também na Páscoa o homem se renova. Se assim o desejar!

No nosso quotidiano temos todos momentos iluminados e de enorme alegria. Tal como somos inundados de tristezas e dúvidas. A isto chama-se simplesmente... viver.

Também Cristo teve os seus receios, as suas tristezas para por fim morrer às mãos das tropas romanas. Ressuscitaria ao fim de três dias, mostrando que a Vida será sempre mais forte e mais poderosa que a morte.

Sei que vivemos tempos atípicos sem termos bem consciência do que pode aí vir. Todavia não devemos dar azo a que o pessimismo vença as nossas bravatas interiores.

Posto isto desejo a todos os meus leitores (independentemente de professarem uma fé ou mostrarem-se ateus ou agnósticos) uma Páscoa repleta de alegria e esperança luminosa no futuro.

Para os católicos como eu desejo uma Santíssima Páscoa!

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