Há muitos anos andei com filhos, sobrinhos e até amigos destes no carro numa correria permanente para os levar à natação.
Entretanto alguns cresceram e passaram a optar por outras actividades, nomeadamente aulas de inglês! De maneira que naquele tempo os fins de tarde eram feitos a correr: deixava uns nas piscinas, levava outros ao inglês, regressava à natação para ir buscar os mais novos, levá-los a casa e voltar ao inglês para buscar os outros.
Portanto uma fantástica correria.
Passados que foram dezenas de anos eis-me novamente a caminhar para as piscinas, desta vez com mais calma e menos miúdos, unicamente a minha neta.
As piscinas são as mesmas, mas definitivamente já não conheço ninguém da antiga equipa que por ali mexia os cordelinhos. Gente boa e empenhada!
Um regresso ao passado com um gosto diferente... O da idade!
Dizia a cultura popular há meio século: onde há muito riso há pouco siso!
Felizmente hoje o riso tem um dia a si dedicado e é visto mais como um acto de sanidade física e psicológica que falta de... tino!
O riso pode-nos chegar de diversas formas, Através dos filmes ou séries que vamos assistindo, por algum livro mais divertido, por um amigo ou colega de trabalho sempre pronto para dizer aquela piada ou desfiar um ror de anedotas, por um programa de humor... etc. etc. etc.
Quem me conhece sabe que sou genuinamente uma pessoa divertida, que adoro rir e que vejo no humor uma das formas mais fantásticas de vivermos a vida. Isto é, sem uma boa gargalhada o meu dia, não tem piada nenhuma!
Todavia nesta altura do meu campeonato da vida só a minha neta me faz realmente rir com gosto e eu faço-a rir com frequência. Primeiro porque ela tem uma gargalhada fácil e é profundamente feliz. É certo que tem apenas três anos, mas tendo base de comparação, não é fácil encontrar uma criança tão pronta a rir.
Sinto que já está imbuída do espírito de "rir será sempre o melhor remédio"!
Portanto caro leitor... ria! Verá que não paga mais impostos por isso e ficará bem mais feliz!
Desde esse 4 de Janeiro até hoje, os meus dias ganharam uma riqueza que eu não conhecia. Nem sabia que existia.
Há quem viva a vida em busca de mais objectos, quando na verdade se pode ser feliz sendo... avô!
Três anos, 36 meses, 156 semanas, 1096 dias de uma existência assente num amor incondicional, Tu és o sol que aquece os meus dias, a lua que me ilumina de noite, a chuva que rega a minha horta, o vento que junta a lenha, a rosa mais formosa do meu jardim.
O teu sorriso é contangiante, a tua alegria transbordante, a tua voz é uma melodia celestial.
Ser avô é sentir este amor sem medos, assumi-lo sem vergonha e preservá-lo para sempre!
Há filmes longos, pesados, dramáticos e quase sempre com finais tristes. Também há curtas metragens fantásticas, bem pensadas e melhor executadas e com diferentes epílogos.
Mas deixemos a sétima arte e passemos para outro nível de filmes, cinema ou nem uma coisa nem outra. Vocês os entendidos decidirão!
Incluí hoje no meu canal do Youtube este pequeníssimo filme concebido por um dos meus infantes onde se observam diferentes sensações e competências. Então percebe-se neste minuto e dois segundos:
Faz hoje dois anos que recebi pela primeira vez a incumbência de ser avô a tempo inteiro. Estávamos em 2020 e a pandemia alastrava-se a tudo e todos (ainda haveria de ser pior, como todos sabemos).
A boneca entrou nesta casa sorridente e por cá ficou. Certo é que a nossa vida alterou-se toda... todinha! Os horários certos de comer, as horas de dormir, as fraldas e mais importante que tudo as brincadeiras.
A menina tinha então quase 9 meses, mas nada que nos atemorizasse! Agora tem quase quase três anos.
Dois anos decorridos a bebé é agora uma princesa... destemida e de resposta pronta (não imagino a quem sairá!!!). Fala tudo num discurso coerente e assertivo. Sabe o que quer e percebe quando esticou em demasia a corda da tolerância. Aí aproxima-se e diz com aquela vozinha e melosa:
- Desculpa avô!
E eu derreto-me...
Os meus filhos sempre se relacionaram bem com os avós, tal como eu me relacionei com os meus que pude conhecer mais a fundo. Hoje sou eu que estou do outro lado da estrada da vida e que busco ser exemplo de cuidado, carinho, ternura e exemplo para a mais nova da família.
Não sou nada saudosista. O passado é mesmo passado e lá deve ficar com todos os sentimentos, bons e maus, que adquirimos naquela altura. Mas há sempre umas excepções que confirmam a regra!
Hoje decidiu-se levar a cachopa de dois anos travessos, mas brilhantes ao Aquário Vasco da Gama ali bem perto onde acaba o Tejo e inicia o oceano.
A minha neta adora peixes e desta forma levá-la a um local com tantos e tão variados seria sinónimo de alegria. Assim foi.
O aquário está bonito, acessível e com bonitas espécies. Algumas excursões de estudantes e demais gente anónima deram ao recinto uma vida para além dos peixes.
A última vez que entrei naquele Aquário era ainda um rapazinho de calções e daqui chamar a este postal "Regresso ao Passado". Lembro-me que fui como aluno da primária acompanhado pela D. Delfina, a professora terror da escola.
Hoje encontrei um amigo de muitas caminhadas por esse país. Católico e peregrino como eu, partilhámos muitas alegrias, tristezas e centenas de quilómetros.
Aposentou-se quase quando eu, mas teve a desdita sorte de apanhar covid logo a seguir e ter ficado bastante mal. Ainda por cima meses antes a mãe havia morrido com esta infecção.
Hoje reconhece que está melhor e sente-se quase recuperado.
É também avô de uma menina, razoavelmente mais velha que a minha neta e por isso deu para trocar de ideias, entre outros temas, sobre os infantários e colégios e dos benefícios e malefícios desta escolha.
Ficámos longos minutos à conversa (já alguma vos disse que sou um fala-barato?) para no fim despedirmo-nos e ele acabar por afirmar com um enorme sorriso, que não vi por causa da máscara, mas adivinhei:
Gosto de comemorar este dia do Pai. Porque sou pai e desde há dois anos... avô o que duplica a responsabilidade... e o carinho!
Ter sido pai foi um dos acontecimentos mais importantes da minha vida. Reconheço que foi uma responsabilidade acrescida, mas nunca me arrependi.
Do outro lado do campo sou filho e como tal carrego o pesado fardo de talvez nunca ter conseguido ser o que o meu pai projectou para o meu futuro. Todavia ele talvez nunca percebeu que para eu ser feliz precisava de pouca coisa!
O meu pai é um bom homem no cimo dos seus 89 anos e trabalhou muito para sustentar a família. Os anos pesam agora... Nota-se especialmente nalguma falta de memória mas acima de tudo na teimosia.
Tendo em conta as obras cá em casa ao que se juntou há aproximadamente 2 meses uma pessoa magoada decidiu-se fazer apenas uma árvore de Natal.
Assim ficou calendarizado para ontem a montagem do pinheiro ora fictício. Logo cedo desarrumei sofás, cadeiras e mesa de forma a arranjar espaço para a dita árvore. Depois fui buscar a enorme caixa que guarda tudo o que pertence levar um pinheiro para que fique bonito e luminoso.
Demorou algum tempo a montar: luzes, bolas estrelas, um presépio, fitas e sei lá que mais foi o que se colocou como enfeites. Finalmente ficou com este aspecto.
No entanto havia algo que esperava assistir, como assisti, com a chegada da minha neta àquela sala com uma profusão de luzes e cores.
Hoje de manhã quando chegou a minha casa e viu a árvore enorme enfeitada puxou do seu léxico muito próprio e disparaou um palavreado que não entendi. Todavia percebi que estava contente. Mas mais ficou quando acendi as luzes. Soltaram-se gargalhadas e palmas e a alegria infantil foi simplesmente contangiante!
A luz deste Natal já chegou a esta casa... Agora é aproveitar!