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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Pensamentos para um fim de noite!

Por vezes dou por mim a pensar (sim que eu não escrevo só parvoíces, por vezes também uso a cabeça!!!) de que serve ao homem ter dinheiro, bens, coisas fúteis se um dia parte deste mundo e não leva nada com ele... Será mais uma pergunta que um pensamento, mas para este caso vale o mesmo!

Geralmente aprendi nesta vida que quem tem realmente muito dinheiro faz gala em o evidenciar. Ou seja através de carros, iates, aviões ou simplesmente uma viagem de uns meros 10 minutos num foguetão.

É uma postura, uma forma de estar na vida com a qual não me sentiria nada bem. Também assumo que nunca chegaria a ser estupidamente rico porque provavelmente distribuiria a riqueza por quem dela mais precisasse.

Quando jovem meio rebelde gastei demasiado dinheiro em inutilidades. Mas admito que foi importante passar essa fase para que agora possa olhar o futuro de outra forma. Aprendi!

Finalmente concluo com a ideia de que a opulência parece-me um defeito cada vez mais frequente na nossa sociedade. Ser alguém só por aquilo que se tem é um erro crasso que a maioria do ser humano adora cometer. 

Viver em paz!

Hoje em conversa com alguém próximo dizia que a palavra ódio não existe no meu léxico. Todavia faltou acrescentar que também não existe na minha vida.

No entanto sei que nem todas as pessoas vivem deste forma assumindo, algumas delas, bravatas ou demandas sem qualquer nexo.

Os brasileiros têm uma filosofia em que "dão um boi para não entrar numa guerra e uma boiada para não sair dela". Não sei se corresponde à verdade, mas verdadeira ou não, entendo perfeitamente a ideia.

Já eu dou tudo e mais alguma coisa para me manter em paz... comigo mesmo. Poderão chamar-me de cobarde ou simplesmente que serei um medricas, mas tal não me afecta já que vivo em primeiro comigo e depois com os outros.

A minha paz interior não advém de leituras em grossos compêndios, mas tão-somente de uma real experiência de vida que os meus mais de sessenta anos de idade me proporcionaram.

Por tudo isto a tal palavra ódio não tem para mim qualquer significado e nem a uso amiúde. Porque gosto de dormir sossegado.

E acordar feliz!

Conhecimento: guardar ou distribuir?

Li há alguns anos algo que se assemelhava com isto: quem tem conhecimento ou saber será sempre muito mais rico do que aquele que só tem dinheiro!

Não poderia estar mais de acordo. O conhecimento que alguém adquire será sempre uma arma quase indestrutível e que só a morte poderá apagar.

Todavia pergunto-me muitas vezes de que vale a alguém o saber que tem se não o usa em prol de si mesmo ou, quiçá, dos outros?

Quando leio um livro, vejo um filme, visito um país ou observo um quadro não estou unicamente a angariar conhecimento, cultura, saber, mas estou essencialmente a receber estímulos intelectuais para que um dia possa usá-los, por exemplo, na minha escrita.

Outros letrados poderiam distribuir o saber que acumularam por muitos locais brindando outras pessoas com a sua cultura e o seu conhecimento. Mas para isso é necessário ter dois dons: o dom de expressão e o dom de saber dar. O que por vezes não é fácil!

Sinto que uma das razões para o meu saber é entregar aos outros este património de conhecimento para que eles possam outrossim absorve-lo e depois espalhá-lo.

Como eu tento fazer com a sabedoria que recebo de outrém!

A luz da nossa realidade!

Não obstante ser uma pessoa bem disposta, por natureza e filosofia de vida, também há dias que me apetece enfiar a cabeça num buraco e não sair de lá.

Mas depois pergunto-me: de que serviria? O problema provavelmente estaria lá na mesma quando saísse do dito buraco.

Portanto … o melhor mesmo é armar-me em toureiro ribatejano e pegar o toiro pelos “ditos cujos” e tentar resolver as coisas. Seja a bem, seja a mal.

Todos temos momentos menos iluminados na nossa vida, mas não é por isso que devemos parar de caminhar no trilho que aquela nos apresenta. Se não temos luz natural para caminhar usemos uma lamparina, lanterna, gambiarra. Da mesma forma que no inverno saímos e entramos em casa de noite, no Verão é sempre dia. Portanto há que seguir em frente… custe o que custar!

Justamente esta pandemia, que nos obrigou a confinamentos e limitações impensáveis veio mostrar quanto de nós vivíamos longe da nossa realidade interior.

Seria bom que tomássemos consciência daquela, de forma a evitar desequilíbrios e angústias futuras!

Viver não custa, custa saber viver!

Somos o que decidimos ou decidimos o que somos?

Imagino que a resposta esteja algures a meio.

Há quem passe a vida inteira em busca da resposta a esta questão quando ela é no fim de tudo tão simples...

Nós somos aquilo que desejarmos ser!

A primeira acção para chegarmos a este patamar é perceber realmente o que queremos da vida ou, melhor ainda, o que pretende o nosso coração.

O verdadeiro problema é que preferimos viver depressa demais. O hoje, o amanhã e o depois de amanhã tudo num só momento.

Depois se não conseguirmos fazê-lo passamos então os dias nos psicólogos à procura das tais respostas que eles também não sabem. Quando na verdade nós já vivemos a nossa vida e a vida dos que nos rodeiam sem que muitas vezes tenhamos consciência disso.

Por tudo isto desde há uns anos passei a querer pouco do mundo. Um minuto, uma hora, um dia de cada vez. Para mim é mais que suficiente!

Quero neste momento acordar amanhã. Se acordar, quero chegar ao fim do dia. E assim sucessivamente.

Não quero mais dinheiro, mais casas, mais coisas.

Quero somente dias tristes ou luminosos, mas que eu os consiga apreciar.

Quero árvores e plantas para as conseguir perceber a cor.

Perfumes e aromas para que os cheire.

Então onde cabe o tal de sonho na nossa vida? Cabe na esperança dos nossos filhos. Cabe na alegria dos nossos netos. Cabe na espontaniedade dos nossos amigos. Cabe no pilar que é a nossa família.

Acima de tudo é bom percebermos que somos seres e não teres humanos. Não temos rigorosamente nada... somos unicamente guardadores...

Termino com a ideia quiçã essencial de que amar os outros é o primeiro passo para sermos realmente felizes.

O inimigo do lado!

Não sei se a notícia é recente ou de há mais tempo. Mas só ontem percebi que o corpo morto de Luís Grilo havia aparecido numa estrada de terra batida a mais de cem quilómetros da sua casa. Num escaparete li umas declarações da mulher do falecido referindo que ninguém quereria mal ao marido.

Foi esta declaração inocente que me fez ficar a matutar.

Não ponho em causa a crença da senhora em relação ao esposo. Todavia a vida já me ensinou, quiçá da pior forma, que nem tudo é como julgamos. Especialmente as pessoas que nos rodeiam.

Temos assim total certeza de que quem com a gente convive nos quer bem? Eu digo já que não tenho essa certeza.

Os inimigos surgem quando menos se espera e sem que tenhamos feito nada para tal. Acrescentaria que a maioria das vezes a inimizade advém de um sentimento tão em voga no nosso país. Chama-se inveja e já falei dela por aqui.

Não calculo se alguém teria alguma espécie de sentimento menos nobre pelo maratonista desaparecido, mas partir de um princípio de que não se tem inimigos parece-me demasiado arriscado.

Sou por assim dizer um céptico no que se refere às relações humanas. Não é que não haja amizades sólidas e duradouras. Só que as circunstâncias da vida, por vezes, levam os outros e até nós próprios a pensamentos e atitudes bem diferenciadas.

É que o nosso inimigo pode estar bem mais perto do que sopomos.

A riqueza do tempo

Primeira ideia

Certo dia, numa breve formação a alguns colegas recém-chegados à empresa, a conversa a determinada altura versou os valores dos vencimentos auferidos. Até que um dos jovens saiu com esta ideia:

- Eu se estivesse numa consultora ganharia certamente muito mais do que vim aqui ganhar, só que aqui tenho… (fez uma pausa) tempo.

Segunda ideia

Hoje numa conversa com outro colega que se irá reformar brevemente e entre algumas piadas ele afirmou:

- Se pedires dinheiro emprestado a alguém passado algum tempo devolvem-te o empréstimo, mas se pedires tempo este jamais te será devolvido. Nem um minuto que seja!

 

Portanto esta tarde e de um momento para o outro fiquei com duas ideias diferentes a bailar.me na cabeça, mas com um denominador comum: o tempo.

Gastamos por vezes tanto tempo a fazer algo sem qualquer proveito quando o poderíamos usar para eventos absolutamente fantásticos, olvidando que aquele é, conforme vamos ficando mais velhos, cada vez mais escasso.

A verdade é que as solicitações diárias são tantas que acabamos por não distinguir o acessório daquilo que é realmente importante. E perdemos assim algo que é irrecuperável.

O tempo que dispomos é, deste modo, a nossa maior fortuna. Como ele podemos fazer o que quisermos. Rir, chorar, passear ou simplesmente ler.

Podemos apreciar um quadro, perceber as ondas do mar azul ou ter simplesmente tempo para os nossos.

O raio do tempo pode ser usado para tanta coisa.

Até por incrível que pareça para ser desperdiçado

Paradoxos à Proust

Muitas vezes dou por mim a perguntar porque quererá tanta gente tão rica mais dinheiro ou bens? É que bem vistas as coisas um dia, mais tarde ou mais cedo, morreremos e ficará cá tudo.

Esta não é assim uma grande conclusão, mas Marcel Proust num texto belíssimo e deveras profundo explicou com assertividade o que leva as pessoas a... Escreveu-o num contexto próprio da época, mas ainda assim provou algumas idieias das quais eu próprio tenho noção.

Diz a determinada altura no seu "Pesares, devaneios ao sabor do tempo" que "...mais vale sonhar a vida que vivê-la, mesmo que vivê-la seja sonhá-la..."

Plasmando esta frase na nossa sociedade concluo que é por isto que aos ricos não interessa, por exemplo, comprar um carro novo, mas unicamente a busca de um modelo raro e as tentativas para a sua aquisição. Não é importante o bem em si, mas a sua busca e a sua conquista, Não interessa chegar a um lugar desconhecido, mas tão-somente imaginar como será.
Proust toca, neste naco de prosa, na real condição humana. Vive-se para que um dia com a nossa morte possamos ser realmente imortais.

Parece um paradoxo...

Pode ser... Mas os nossos dias não estão recheados deles? 

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