Reciclar a praia?
A cidadania de cada um de nós difere da educação e formação que fomos angariando ao longo da vida.
Assim a consciência ambiental é, a meu ver, um dos aspectos mais importantes dessa postura como cidadãos. Foi baseada naquela consciência que surgiram, faz tempo, as campanhas e as Associações de defesa do ambiente, com dias dedicados às limpezas de matas e campos. Criaram-se outrossim, Institutos especializados e houve mesmo Ministérios dedicados apenas a este problema. Enfim uma panóplia de entidades e boas vontades para… quase nada.
Ainda estou de férias. E a praia tem sido o meu destino diário. Aqui, dedico algum tempo a longas caminhadas à beira-mar. Todavia tenho verificado, com imensa pena, que estes caminhos de areia molhada e macia estão infelizmente repletos de lixo: sacos de plástico, garrafas, latas de refrigerantes, copos, até roupa e calçado se encontram pacatamente no chão da praia.
Por isso todos os dias a minha mulher, no caminho que percorre comigo, vai apanhando o lixo e coloca-o num saco que depois despeja em local próprio. Pelo peso diário que vou medindo a “olhómetro” calculo que a minha mulher já tenha apanhado mais de 50 quilos de dejectos.
Acredito que nem todo o lixo tenha sido deixado pelos utilizadores das praias. Todavia há lá muito que é notório, que foi ali largado apenas por preguiça e má cidadania.
Muitos caminhantes que se cruzam com a minha mulher, admiram-se e elogiam o gesto altruísta dela, mas NINGUÉM tem a coragem e empenho de fazer o mesmo.
Provavelmente só dão a cara nas campanhas próprias, fornecendo ao próprio ego a alegria de serem bons cidadãos, pelo menos uma vez no ano.
O problema é que o lixo aparece todos, todos os dias… e curiosamente muito dele em praias de bandeira azul.
As nossas praias necessitam de reciclagem. Urgente.