Andamos todos iludidos
Andamos todos iludidos.
Esta poderá ser uma verdade insofismável.
Então vejamos.
O Estado não é uma pessoa de bem. Paga aos seus fornecedores tarde e más horas, demonstrando uma falência técnica que lhe advém de políticas pouco correctas e sérias.
A maioria dos políticos servem-se dela (política) e não a servem. Os “boys” servem-se dos políticos e não os servem. Os autarcas servem-se das câmaras e não as servem. Os gestores públicos servem-se das empresas e não as servem.
Então o que se sobra?
Nada, ou melhor quase nada. Sobra a dignidade de um povo habituado a fazer sacrifícios em toda a sua história quase milenar. É este povo, que deu ao mundo outros mundos, que se encontra refém desses mesmos mundos que outrora foram seus.
Angola quer investir em Portugal, a China já entrou na EDP e sabe-se lá em que mais empresas está interessada. O governo também pretende investimento brasileiro em Portugal. Timor chegou a oferecer-se para comprar dívida soberana Portuguesa. Portanto estamos nas mãos daqueles que durante séculos foram chamadas “Províncias ultramarinas” se exceptuarmos a China.
Esta verdade que toda a gente vê mas ninguém quer assumir publicamente é fruto de anos de despesismo e “fartar-vilanagem” por parte do Estado e não só. O mesmo Estado que quer as pessoas a trabalhar mais, a ganhar menos e a pagar mais impostos. O mesmo Estado que não paga a quem deve e penhora a quem não lhe paga. Um Estado que quer o céu para si e o inferno para os outros. Um Estado que liberta mais depressa o criminoso que o queixoso. Um Estado que se preocupa mais com a opinião dos estrangeiros do que com a da sua população.
Andamos todos iludidos. Ou se calhar não…