Greve Geral? Não, obrigado!
Hoje dia 24 de Novembro o país acordou para uma anunciada Greve Geral. Pararam os transportes públicos, os hospitais, as repartições públicas…
Porém o desgraçado do trabalhador que tem o emprego precário - que os sindicalistas de meia-tigela vão denunciando e tentando em vão defender – não pode fazer greve. E, no entanto, fica à mercê de grupos de indivíduos que usam esta "suposta" luta apenas como forma de contestação política.
Senão, vejamos: já ninguém faz greve por aumentos salariais, ninguém usa a greve para reivindicar melhores condições de trabalho. Convoca-se greve porque não se gosta do PM ou do PR, ou porque o partido A ou B manda fazer. Isto é: a verdadeira luta dos trabalhadores… já era!
Os actuais dirigentes dos sindicatos têm mordomias, quais directores ou administradores de empresas, como carros, gabinetes com secretária privada, cartões de crédito e pior, um dirigente sindical desde que toma posse jamais regressa ao seu posto de trabalho. Desculpam-se com os “afazeres” sindicais…
Mas quem os ouve não os leva presos, como soi dizer-se. Falam sobre tudo, conhecem todos os dossiers, têm todas as soluções…
Pois é… o Sócrates teve no seu governo uma sindicalista e vejam o que ela fez…
Num país em que se trabalha pouco – pode-se estar muitas horas no emprego para produzir quase nada – um dia de greve é mais um mau exemplo para a União Europeia.
Portugal necessita trabalhar mais e melhor. A crise que ora se vive também, quiçá, é culpa nossa. E assim, é tempo de arrepiar caminho, de colocarmos o nosso país no lugar que lhe é devido. Da pior maneira talvez, mas receio que não haja outra forma de o fazer.
Creio que aquilo que aqui escrevo não é de acordo de todos, mas é o meu sentimento.
Para terminar conto uma estória verdadeira. Nos anos 80 o meu sindicato convocou uma greve por razões salariais e contratação colectiva. Estimulado a fazer greve acabei por aderir mas sempre de má vontade. Dias depois um dos mentores da greve justificou a sua ausência naquele dia com um dia de férias. E pior: aquando da greve já o acordo estava assinado entre sindicatos e patronato.
Jurei para nunca mais… Chamem-me o que quiserem, mas greve? Só à greve…