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Educar os mais novos
Uma saudação ou cumprimento não é nada que custe assim tanto a dar. Bom dia, boa tarde ou até boa noite parecem-me expressões simples de soletrar e não fica mal a quem as profere.
Mas desde que a empresa passou a receber no seu seio jovens acabadinhos de sair das faculdades com médias altíssimas, mas deficiente educação cívica, os casos de alguma má educação sucederam.
Fui “vítima” de um desses momentos já que certa manhã fui o último a entrar num elevador quase cheio. Quando o fiz dei obviamente os bons dias num tom de voz normal. Todavia os jovens doutores que me acompanhavam nesse transporte nem se dignaram responder.
Ora como tenho mau feitio e detesto ficar a remoer, olhei ao meu redor confirmando que estava rodeado dos jovens, puxei do meu vozeirão e:
- BOM DIA. Desculpem-me se vos acordei!
Quiçá assustados pelo timbre e potência da minha voz lá me responderam:
- Bom dia, bom dia, bom dia…
Contudo não foi este episódio que hoje aqui me trouxe, mas um outro protagonizado pela minha colega de gabinete.
Sempre tive o hábito de chegar cedo ao trabalho. Assim a meio da manhã decidi ir tomar um café. A máquina encontrava-se no pátio dos elevadores e deste espaço seguia-se para os gabinetes ou… para as casas de banho.
Quando cheguei estava uma jovem menina, jurista por formação, à espera que a máquina lhe fornecesse o café. Dei os bons dias, que ela não devolveu. Desta vez não estava virado para a educação e deste modo nada disse. Coincidentemente a minha colega de gabinete saiu logo atrás de mim e dirigiu-se para a casa de banho das senhoras. Passando por detrás de mim e da jurista cumprimentou com um sonoro:
- Bom dia!
A menina voltou a não dizer nada. Esperou que o copo enchesse de café. Entretanto a minha companheira de gabinete percebendo que a outra nem se dignara responder e antes de chegar à casa de banho deu meia volta e voltando-se então para mim comentou:
- Ou é surda ou é muda!
E regressou ao gabinete.
Eu nada acrescentei, mas percebi um evidente rubor em alguém!