Há 38 anos estava eu, ao fim da tarde, à porta do velho hospital de Torres Novas depois de ter ido ver a minha avó assaz doente. Tão doente que acabaria por falecer nessa mesma noite.
Trago este episódio menos simpático da minha vida porque recordo que nesse dia fazia um calor tórrido, tão forte como o dos últimos dias.
Estas canículas sempre fizeram parte do nosso clima, assim reza a memória dos mais velhos. O meu idoso pai ainda relembra que no seu tempo principiava a chover em Outubro e só parava em Abril, assim como o calor que atingia temperaturas quase infernais.
Agora quase todos os dias vimos um destaque noticioso sobre este calor estival, como se tal jamais tivesse acontecido. Mas seria bom que antes de botarem a notícia cá fora fizessem um pouco de investigação... tentando com isso perceber quão diferente está o nosso Verão de 2025 e por exemplo o de 1985 ou antes mesmo.
Tenho a impressão que para as próximas eleições presidênciais irá ser necessário um boletim de voto um poucachinho maior que as outras vezes, tal é a lista de candidatos e proto-candidatos.
Para além do ex-Almirante e do ex-lider do PSD, temos o ex-secretário-geral do PS. Há um ex-deputado e um ex-Presidente da Assembleia da República. Demasiados ex-qualquer coisa para Belém.
Também já li que há um candidato ao lugar do Professor Marcelo oriundo de um PS do MInho (ainda não descobri do que será ex!). Falta ainda o candidato de Ventura, se não for ele próprio (parece o único a não ex-qualquer coisa).
E do Livre e da Mariana Mortágua se não derem apoio a alguns da lista supra. Ah e falta também a Joana Amaral Dias, que nestas coisas está sempre disposta a dar a cara.
Como já repararam são muitos os desejosos de ocupar o Palácio de Belém (ainda estou para perceber porque ocupa o Presidente da República um palacete com origem na Monarquia?).
Finalmente faltarei eu. E provavelmente o Tino de Rans!
Regresso hoje a um tema por aqui repetido e que se prende com esta forma de comunicar a que communte chamamos de blogosfera.
Não direi diariamente, mas conheço algumas pessoas que pura e simplesmente desisitiram de escrever nesta plataforma. As razões para tal marasmo ou desistência podem ser e serão certamente diferentes de pessoa para pessoa. No entanto sinto alguma, para não dizer muita, tristeza nesta constatação.
Há formas mais rápidas e mais assertivas de comunicar e dar-mo-nos a conhecer, mas diria que a genuidade que por aqui se encontra não será fácil de encontrar nesses locais.
Regresso a este tema porque um dos blogues com mais visualizações, com mais comentários e que estava todos os dias na ribalta deste sapal irá brevemente encerrar portas. Mais um! As razões para tal decisão foi-me explicada pelo fundador, mas delas guardo obviamente reserva.
Nesse espaço estive quase do princípio, já que ele nasceu a 1 de Janeiro de 2012 e eu principiei a escrever nele a 17 de Julho desse mesmo ano. Para mim serão quase 13 anos de muitas alegrias, algumas tristezas, centenas de postais e milhares de comentários.
A vida é assim mesmo... feita de ciclos e este irá fechar brevemente.
Esta manhã quando descia uma escadaria para ir aos correios, eis que me deparo com este exercício de imaginação. Estive para seguir, mas no mesmo instante peguei no telemóvel e saquei esta sugestiva imagem.
Não é a primeira vez que encontro brinquedos no chão, a maioria estragados. Todavia alguém cuidou de colocar o carrinho amarelo em cima de uma lata de um qualquer refrigerante.
Depois de tantas horas ainda estou intrigado com esta imagem. E se há imagens que valem por mil palavras esta vale por mil ideias.
Deixem a imaginação trabalhar e depois, se quiserem, venham aqui sugerir um nome diferente deste que eu dei e que entitula este postal, para esta foto.
Diz o povo: "parao a ano ser de louvar Natal na Praça e Páscoa ao lar".
Este princípio de ano foi um tanto assim como um natal sem chuva para os primeiros meses deste ano se transformarem em dias de chuva quase diluviana.
Bom... hoje tive de ir até à aldeia para arrancar a s batatas (no meu caso ssrá mesmo apanhá-las do chão). Saí de casa eram seis da manhã para chegar a tempo à fazenda.
E cheguei.
Perto das nove da manhã chega finalmente o tractor para nos ajudar rasgando a terra tentanto que as batatas viessem ao de cima..
Muita carne preparada para a faina... porém aos primeiros rasgos na terra castanho rapidamente se percebeu que a dita carne era um exagero.
A manhã aquecia e o vento levantava um pó fino que se entranhava nas narinas e garganta. O tractor terra acima, terra abaixo temntava em vão que as batatas surgisssem. A meio da manhã metado do terreno trilhado e meia dúzia de sacos de batatas.
E as pessoas cada vez menos... Pudera!
âs onze da manhã o terreno estava passado duas vezes pelo tractor
Porém os sacos de batatas eram muuuuuuuuuuuuuuito poucos, quase nada!
Muito dinheiro gasto, muito trabalho exigido para tudo se resumir a literalmente 12 sacos de batatas miúdas. Alguns dos presentes falaram da demasiada chuva, outros da erva e até houve a ousadia de dizer que a semente não prestava.
Regressei a meio da tarde à capital com apenas uns sacos cheios, para gastos de casa e uma carrada de sacos vazios.
A sentença está dada! Para o ano não haverá sementeira!
A palavra para identificar a velocidade com que passam os meus dias será... alucinantes.
Quem me diria que quase cinco anos após ter entrado na reforma tudo na minha vida corre a uma rapidez que nem dá para respirar. E pior não sai como eu gostaria... Eis este exemplo.
A semana passada combinei apanhar as batatas no próximo sábado. Tudo acertado até que ontem recebo a notícia que as batatas serão arrancadas amanhã. Tudo porque as pessoas que estavam encarregues de o fazer não falaram com quem deviam. Assim amanhã às seis da manhã já irei a caminho da aldeia, até porque o meu pai não pode mexer uma palha.
Como este caso quase todos os dias a minha vida é transformada num pião. Penso fazer algo para logo a seguir tudo ficar virado do avesso!
Finalmente fico amiúde a imaginar como será a vida dos outros reformados, se também será assim... frenética. É que bem vistas as coisas caminho para velho e cada vez vejo mais próximo a linha de meta!
Muitos afirmam que continuo humilde na avaliação que faço dos meus livros já publicados. Outros consideramn que sou demasiado crítico dos meus textos e que não deveria!
Tenho a firme convicção de se entregasse os meus projectos de livros a uma dessas editoras com distribuidoras para supermercados, que não teria qualquer sucessso. O que nem seria mau de todo tendo em conta o desasossego que será sermos conhecidos.
Daí ter preferido, não uma edição de autor, mas socorrer-me de uma editora de qualidade mas pouco conhecida nos meandros comerciais. E ainda estou contente por ter tomado aquela opção.
O curioso é que um destes dias alguém considerou que os meus livros teriam qualidade suficiente para serem aposta de uma editora de renome ao que eu respondi que estava muuuuuuito bem assim. Não pretendo ser conhecido e muito menos ganhar dinheiro com esta actividade.
Alguns olham-me de soslaio e tentam perceber se estarei a falar a sério ou simplesmente numa brincadeira focando-se na ideia de que esta humildade me levará ao permanenete anonimato.
Não quero saber.
Prefiro viver assim feliz sendo humilde e realista que viver acima das minhas capacidades intectuais e certamente preso a uma ou mais depressões.
Nenhum político gosta da verdade. Seja em Portugal, China, Burkina Fasso ou Estados Unidos.
Porque a verdade acarreta consigo sempre ou quase sempre uma certa responsabilidade de insucessos. Nenhum candidato a um governo dirá que irá cortar nas pensões, mesmo que as razões para tal sejam demasiados válidas. Tal como não assumirá qualquer subida de impostos.
Ora do lado de lá do Atlântico o actual Presidente dos Estados Unidos, em plena campanha, jurou a pés juntos, logo que tomasse conta do País terminaria com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Decorrendo já alguns meses a guerra não sõ não terminou como parece estar em crescimento.
Por outro lado Israel continua a sua política invasora e destrutiva na faixa de Gaza, para recentemente entrar em conflito com o Irão, arrastando consigo para o conflito também os Estados Unidos.
Tudo somado já demos conta de como Trump continua a mentir. E jamais deixará de ser um mentiroso. Só que este tem um problema bem mais grave: acredita piamente nas suas próprias mentiras.
Desde sempre soube que nunca me fora ministrado o Sacramento da Confirmação, vulgo Crisma. Mas em 2022 na minha última peregrinação combinei com outro peregrino e antigo colega tentarmos receber este Sacramento ao mesmo tempo.
Demorou mais foi e hoje ao fim da tarde lá estávamos ambos prontos para receber a Crisma. E mais uma quantidade de outros peregrinos na vida!
A igreja estava repleta. Entre crismandos, padrinhos e madrinhas e demais acompanhantes o salão estava cheio. Cheiinho mesmo. A cerimónia foi longa, mais de duas horas, porém substantivamente enriquecedora pela homília do Senhor Bispo Auxiliar de Lisboa.
O meu caminho de e na fé não terminou com este Sacramento, bem pelo contrário. Agora tenho de ousar caminhar no sentido maior que será a santidade. Mas para tal terei de rasgar as negras vestes que tantas vezes cobrem e escurecem a minha alma e procurar um Caminho de Luz apresentado pelo Espírito Santo.
A partir de hoje não serei fisicamento um homem diferente, todavia o meu coração está ora inundado pelo bafo santificado de Deus Todo-Poderoso.
Finalmente aproveito para agradecer a todos quanto me ajudaram a palmilhar este caminho: o catequista, o senhor Padre, os outros crismandos, mas diria que sem a força e a vontade do Senhor Deus, jamais teria alcançado este desiderato.
Obrigado a todos, todos, todos! Hoje será um dia para juntar aquele ínfimo rol de momentos muuuuuuuuuuuuitos especiais da minha humilde existência.
Soube ontem, já tarde, que o meu antigo colega do BdP José Luís Martinho Mouta Liz havia falecido.
Sobre ele guardo uma frase lapidar proferida na altura por alguém colega e militante de outro partido. Disse então: se este tipo fosse do PS teria uma carreira política brilhante.
Quando o conheci já ele andava nas costumadas bravatas sindicais. Porém foi ele que levou o meu pedido de inscrição no Sindicato ao qual ainda hoje pertenço. Isto de ser "apadrinhado" por uma figura quase histórica não é para todos.
Como calculam jamais professei as suas ideias políticas, mas com ele assisti a um caso paradigmático. Estávamos nós a contar notas num serviço a que cahamavam recontagem, quando ele aparece. Se a maioria dos colegas não apreciavam de todo a sua forma de fazer política, outros havia que o idolatravam. A determinada altura um dos colegas sentados à frente de uma máquina para contar dinheiro entrou em debate político com o Mouta Liz. Aquilo parecia querer azedar, mas a determinada altura percebi que ambos já concordavam um com o outro. Noto apenas que o adversário da altura fora filho de um antigo Ministro de Salazar. Fiquei ali com a certeza que os extremos acabam sempre por se tocar.
Lembro-me bem de ele ser detido na Tesouraria e do reboliço que isso causou, mas também recordo as declarações de antigos colegas que observavam que Mouta Liz antes do 25 de Abril costumava ir a Londres às compras ao Marks & Spencer.
Todavia o caso mais extraordinário foi naquela noite em que eu juntei todos os colegas que haviam passado pela Tesouraria para um jantar no restaurante da antiga FIL em Lisboa. A noite estava agradável e ainda faltavam alguns colegas. Estava eu na varanda do restaurante quenaso de súbito entra no estacionamento uma viatura que trazia a sigla "FM", que significa "Funcionário em Missão (Internacional) e é utilizada para identificar veículos pertencentes a funcionários de organizações internacionais que estão em missão em Portugal".
Pois é, o nosso "suposto terrorista e tesoureiro da FUP", passados os anos de bravatas jurídicas era agora funcionário da embaixada de Angola, país para onde emigrara em busca de melhor vida.
Conheço muitas outras estórias sobre ele, mas a sua morte obrigar-nos-á a esquecê-las.