Só soube hoje que partiu há dois dias um dos actores da minha juventude: Kris Kristofferson.
Todavia Kris será mais conhecido nos Estados Unidos pelas músicas de compôs de cariz maioritariamente "country" como podemos ver neste video com Johnny Cash e o próprio numa das canções de sua autoria.
O sucesso também lhe chegou via a sétima arte onde trabalhou com grandes realizadores e protagonizou filmes fantásticos.
De todos os que vi e foram alguns, guardo este como referência muito pessoal... Nem sei bem porquê ou se calhar até sei.
Foi sempre um artista diferente dos demais e mostrou isso durante toda a sua vida, originando alguns sarilhos, mas também profunda admiração. Nunca gostou muito de rótulos e isso só provou quão livre era de pensamento e acção.
Dele guardei também uma frase que proferiu para o filho vestindo a personagem Orin no filme Corrupção Total: eu viverei para sempre!
Como costumo escrever a vida é sempre pior que a ficção.
Descanse em paz nessa viagem que todos teremos de fazer!
Diz um provérbio chinês que para se escrever um livro há que ter lido mil. Portanto para dois livros ter-se-á lido dois mil.. E assim sucessivamente... digo eu!
Não imagino se o provérbio existe mesmo ou será apenas uma metáfora para aqueles que querem ser escritores percebam que para se escrever e publicar um livro será necessário mais que ideias, mas uma capacidade de oferecer aos leitores uma viagem ao seu próprio imaginário.
Entretanto ando numa fase de leituras de autores que conheço e de quem sou amigo. Porque me dizem alguma coisa, porque consigo, através dos seus livros, conhecê-los ainda melhor.
Tenho alguns ainda em fila de espera, mas estou confiante que mais tarde ou mais cedo passarão a lidos. Escrita muito diversa, temas diferentes, mas todos todos com uma qualidade acima da média. No fundo é isso que importa... que a leitura seja fantástica.
Mas nesta troca de ideias (e de livros) entre autores fico amiúde com aquela sensação de que a minha escrita necessita de um choque para que consiga dar um salto qualitativo evidente.
Todos os dias a minha cabeça é inundada de ideias para outras escritas, mas temo que o tão desejado salto possa ser muito maior que as minhas pernas.
Gosto do que escrevo e sinto-me confortável neste meu papel. Porém a minha experiência de escrita diz-me que necessito de estar bem desconfortável para esgalhar coisas bem melhores.
É que a necessidade aguça sempre a arte e o engenho!
O João Ferreira Dias chama a atenção neste seu texto para o facto do Almirante Gouveia e Melo poder eventualmente candidatar-se a Belém e daí advir algo menos simpático.
Em jeito de comentário diria que entendo os seus receios, mas serão certamente injustificados. E passo a explicar a minha ideia.
Desde há muuuuuuuuuuuuuuuito tempo que o PS tem dados diversos tiros no pé no que se refere às eleições presidenciais. Recordo que por mais de uma vez diversos candidatos saíram das fileiras socialistas originando uma divisão interna da qual o partido do largo do Rato nunca se libertou.
Manuel Alegre e Maria de Belém são dois exemplos mais recentes e já nem trago aqui a candidatura de Salgado Zenha em 1986 (na altura numa total rota de colisão com Mário Soares).
Perante uma amálgama de sarilhos o PS não tem nas suas fileiras verdadeiros candidatos à PR. Poderia haver José Sócrates, mas este arranjou um belíssimo sarilho ao PS ao deixar-se enredar numa teia de acusações (verdadeiras ou falsas, todavia marcantes!) que lhe estragaram a vida política.
Falou-se há tempos de António Guterres ou António Vitorino como proto-candidatos, mas creio que nenhum deles sente já estaleca para entrar numa campanha eleitoral que será sempre desgastante. É que os anos também contam!
Posto isto e com o bom trabalho feito pelo Almirante Gouveia e Melo aquando da pandemia, o PS tenta arregimentá-lo, diria quase à força, para Belém. Porém um verdadeiro militar vê nos seus actos apenas missões e para as quais é chamado. E neste caso não me parece que o actual Chefe do Estado Maior da Armada sinta atracção pelo poder. Pelo menos até perceber quem poderá ser o seu opositor!
Nunca me foi atribuído um médico de família. Mas felizmente também não necessito!
E escrevo isto sem qualquer ponta de arrogância. Digo que em termos médicos todos os portugueses deveriam ter acessos a cuidados médicos como eu tenho.
Muitos dirão que sou privilegiado, outros um sortudo. Eu digo que não sou nem uma coisa nem outra, se bem que aproveite o direito que me assiste em usar serviços médicos privados a valores mais baixos.
Trabalhei efectivamente e a descontar mais de 41 anos. No entanto uso muito pouco os serviços hospitalares do Estado e raramente frequento os Centros Clínicos públicos. No fundo sou menos um nas filas a requerer uma consulta ou a solicitar a prescição de um qualquer medicamento.
A minha antiga actividade laboral durante mais de 37 anos ligada à Banca tem outrossim a oferta de serviços de saúde, mas que eu... também não uso.
Tudo isto para dizer que uso amiúde os serviços prestados por unidades de saúde privadas, mesmo que aqueles sejam pagos. Como diz o povo "vão-se os anéis ficam os dedos" eu prefiro gastar dinheiro em entidades onde sei que serei atendido de forma célere e também competente.
O que me custa em termos de prestação de serviços de saúde é que não tenhamos nos hospitais públicos uma organização como há nos sistemas privados.
Tenho consciência que tudo custa muuuuuuuuuuuuuuuuito dinheiro e o Estado não pode nem deve esbanjar o pouco que tem. Porém uma boa organização com poucas gorduras e a pagar melhor ao pessoal médico faria com que este não abandonasse os serviços públicos por troca com os privados.
Há alguns anos alguém me dizia que muitos de nós vivemos em modo sanduiche, já que por cima estão os pais com os seus problemas e por baixo os filhos com situações obviamente diferentes dos antecessores, mas ainda assim com problemas que acabam também por nos afectar!
Dito isto declaro que nesta altura gostaria de ter uma vida mais tranquila do que aquela que tenho, especialmente porque estou sempre preocupado com os meus velhotes. O meu pai de 91 anos ainda se considera um homem valente, já que gosta muito pouco ou nada de ser limitado na sua vida ainda autónoma. Porém os seus rins já não trabalham como deveriam e está por isso entregue aos cuidados da hemodiálise três vezes por semana. Uma situação que o coloca preso e dependente de tratamentos hospitalares e isso aborrece-o olimpicamente.
A minha mãe de 85 começa a dar sinais evidentes de uma arterioesclerose preocupante. Esquece-se onde deixa as coisas e das conversas tidas, principalmente comigo. Mas ainda consegue tomar conta de si de forma razoável!
Ora sendo eu filho único e estando eles na aldeia a 120 quilómetros da minha residência, estou sempre com o coração nas mãos temendo que algo de mal lhes aconteça. A verdade é que ambos sentem que conseguem viver a vida sozinhos e sem ajuda, mas é a mim que me bate o coração mais apressado sempre que a minha mãe me telefona. Nunca sei o que virá daquela conversa. Até agora as coisas, não obstante não serem perfeitas, ainda se vão resolvendo.
Faz muitos anos mesmo que não vou a uma biblioteca, dessas públicas e hoje quase museus.
No entanto e recuando meio século digo que fui assaz frequentador de bibliotecas, essencialmente a Biblioteca Nacional, já naquela altura instalada num edifício moderno a meio do Campo Grande.
Nesse tempo não procurava livros para ler, mas unicamente compêndios onde pudesse ir buscar alguns dados para a investigação que estava a fazer. Trabalho que nunca finalizei!
Mas recordo os trâmites necessários para requisitar uns livros e a enormíssima sala de leitura onde o silêncio era rei e senhor.
Passado este meio século estão no meu escritório alguns livros iguais àqueles onde eu investigava (leia-se enciclopédias). Vinte e dois grossos e pesados volumes de capa negra (todos traziam uma sobrecapa dourada que com o uso rapidamente se estragou!) onde eu me embrenhava em busca de informação.
Faz anos que não os consulto. Por ali estão no cimo do móvel, lado a lado e amarelecer com os anos. Um destes dias peguei em diversos e folheei-os, só porque sim. De dentro saíu aquele odor tão característico do tempo decorrido e regressaram aquelas saudades das bibliotecas que visitei.
Tenho muitos livros, alguns bem antigos, outros nem por isso. Mas independentemente das novas plataformas, os livros serão sempre o meu maior património.
Porém fica sempre aquela dúvida quanto ao futuro dos meus livros. Para já moram aqui comigo amanhã, provavelmente, morarão numa qualquer biblioteca local onde ninguém vai. Todavia não deixa de ser um local (quase) sagrado!
Por aqui principiou finalmente a chover por volta das 16 horas. Desde manhã que o céu vestira aquela roupagem cinza à base de novelos de nuvens pesadas que a qualquer momento pareciam querer desfazer-se em água.
Em vão aguardei por uns pingos e acabei por ir regar as novas couves plantadas na manhã de ontem. Entretanto fui à minha vida e após um almoço de arroz de pescada com camarão que estava divinal, percebi que iniciara a chover.
Primeiro de forma tímida e logo ali pensei que as nuvens haviam prometido muito, mas oferecido pouco. Porém enganei-me e está a chover de forma regular há quatro horas.
A janela da minha cozinha dá para a pequena horta e já quase noite olhei com gosto as minhas couves. Algumas já com semanas, outras recentes.
Até que, de repente, olhei para uma delas ali plantada e a receber toda aquela abençoada água e não é que percebi (ou será que imaginei?) que se ria para mim?
Estranho fenómeno que só acontece a quem vive em permanente fantasia!
Li que esta semana irá chover. Mais para o Norte e menos cá para baixo. Todavia e seguindo a ideia de alguém que sempre vai dizendo "mais vale um litro de água da chuva que dez da torneira", pedi ajuda a um dos meus infantes e ele fez os regos (por sinal enormes, nomeadamente em profundidade) e eu acabei por plantar mais três dúzias de couves do género "penca de Chaves" para serem colhidas por altura do Natal.
Um trabalho que durou toda a manhã, pois acrescentei duas dúzias de acelgas que plantei em local diferente.
Finalmente estão plantadas as minhas couves e desejosas que venha a chuva benfazeja (eu também!). No entanto foram logo regadas e amanhã de manhã, se não chover entretanto, levam novo banho.
Um dos pratos mais apreciados cá em casa são as empadas de galinha (que por acaso e segundo uma receita antiga também leva coelho).
No entanto há uns anos alguém teve a feliz ideia de fazer uma empada... de tabuleiro. No fundo tudo corre como as outras, apenas em vez de serem divididas em pequenas formas unidoses, coloca-se num tabuleiro grande que irá ao forno como as mais pequenas.
O único senão nesta opção é que para fazer um ou mais tabuleiros é necessário uma maior quantidade de carne e restantes ingredientes.
Ontem ao fim da tarde lancei mãos a esta azáfama de colocar galinhas e coelhos na mesma panela a cozer com chouriço, manjerona, bacon fumado (a receita original diz toucinho!!!) e salsa. O sal virá depoise dependerá do chouriço e do bacon,
Esta madrugada acabei por aprontar tudo para perta da uma da tarde o primeiro tabuleiro ficar cheio, conforme se pode observar,
Feitos seis tabuleiros vão a congelar para serem usados mais tarde.
Seguindo assim a ideia lançada ao Mundo por muitas entidades logo cedo coloquei na minha varanda uma fralda branca do meu neto mais novo.
Um simbolismo duplo: a alvura que corresponde a uma trégua permanente e ser uma fralda porque neste Mundo tão guerreiro há milhões de crianças a sofrerem, sem o desejarem, com as agruras dos senhores da guerra.
Calculo que esta iniciativa não nos leve a lado nenhum e até seja motivo de troça pelos enormes defensores dos conflitos, mas ainda assim caberá a cada um de nós mostrar como nos sentimos neste Universo.
A PAZ obviamente não interessa aos donos do Mundo, já que a industria do armamento tem muita força e por isso dificilmente os políticos conseguirão reverter as situações de conflito.
Mas cuidado... muitos de nós também enchemos os nossos corações de guerras. Muuuuuuuuuuitas! Demasiadas!