Os debates entre os partidos com assento parlamentar terminaram ontem após o "duelo final" entre Pedro Nuno Santos do PS e Luís Montenegro da AD.
Finalizada esta espécie de epopeia verbal fica a triste ideia de que estes políticos continuam a exibir de uma linguagem muito política, mas pouco esclarecedora das verdadeiras necessidades do País.
Tivesse eu força e tempo de antena faria a campanha pelo maior partido da nossa sociedade, não tendo, todavia, lugar na assembleia da República e que se chama... abstenção.
Faz tenpo que defendo que os portugueses não deveriam votar ou melhor se votassem que colocassem o voto em branco. Imaginem uma votação em que os votos em branco fossem muito superiores aos votos expressos nos partidos. Como se sentiriam os actuais lideres partidários? Como constituiriam um governo em que o povo não se reveria?
Demagogia, insensatez, imbecilidade e acima de tudo demasiada má educação resume de forma sucinta, este conjunto de troca de galhardetes entre os diversos partidos. Mas o que mais me chocou foi a postura de alguns lideres partidários ao mostrarem quase uma subserviência aos partidos maiores.
Portanto agora segue-se a campanha eleitoral que eu tentarei, por todos os meios ao mdeu alcance, não ver!
Como cidadão com os direitos (ainda) intactos irei votar. Mas a única coisa que sei neste momento é em quem não irei votar!
Quando há meio século se fez o 25 de Abril logo surgiu o PCP, o PS comomaiores forças políticas. Com a evolução do golpe de estado e a quase certeza da democracia rapidamente surgiram novos partidos.
Nas primeiras eleições para a Assembleia Constituinte em 1975 o PCP teve cerca de 12% dos votos correspondendo a 711 935 eleitores.
Se dermos um salto no tempo para as últimas eleições em 2022 temos o mesmo Partido Comunista que não chega aos 5% correspondendo a 238 962 votos. Isto é o partido da Soeiro Pereira Gomes perdeu meio milhão de votantes. Ora se eu fosse líder do PCP ficaria deveras preocupado.
E não me venham dizer que a culpa é da Direita. A esquerda em Portugal, especialmente através do BE e do Livre, tem crescido. Não tanto quanto muitos gostariam e desejariam, mas a verdade é que desde 2015 é a esquerda que mexe os cordelinhos do poder.
No outro dia vi e ouvi o debate entre Paulo Raimundo e Pedro Nuno Santos. Sinceramente fiquei com a nítida ideia de que o Secretário Geral do PCP estava mal preparado para o debate. Muito mal...
A verdade é que os comunistas mantêm o discurso como estivessem ainda no PREC, olvidando que o Mundo se alterou, as pessoas mudaram e o acesso à informção generalizada está ali à mão de semear.
O PCP teve no seu auge o apoio do trabalhadores das indústrias, transportes e obviamente agricultura (esta mais reflectida no Alentejo). Actualmente muitos desses antigos operários e trabalhadores rurais já não existem e os operários mais jovens não se interessam por sindicalismos nem reindivicações. O que equivale dizer que o PCP perdeu influência a nível operário e agrícola. Depois faltaram ais comunistas renovarem-se, mudarem o discurso, olharem para os problemas com visão de futuro e não como se URSS ainda existisse.
Se se confirmarem as sondagens que tenho visto, Paulo Raimundo pode ver o seu partido a perder (ainda) mais deputados.
Termino então com esta ideia: o País está envelhecido e o PCP muito mais! E é pena!
À questão muitas vezes formulada por outrém, se já me arrependi de alguma coisa no meu passado, posso assumir que não me arrependo nada do que fiz nem do que não fiz. Porque todas as minhas acções foram decididas, muitas vezes, sem ter verdadeira consciência das consequências dos meus actos. Era novo, inexperiente e acima de tudo ingénuo.
Provavelmente com aquilo que sei hoje muitas daquelas decisões seriam tomadas de forma diferente. Porque na verdade actualmente não serei a mesma pessoa do meu, já longínquo, passado. Mas é normal que assim seja. A idade, a experiência, a vida vai-nos permanentemente mostrando outros horizontes.
Hoje sou um homem maduro, bem consciente das minhas actuais limitações físicas e até psicológicas. Se em alguns casos serei mais paciente, noutros a minha postura extremou-se. Mas certamente não serei só eu que me tornei assim. Todos nós, conforme vamos avançando na idade e através dos eventos que se atravessam no nosso caminho, aprendemos a lidar melhor (ou se calhar até na) com as situações.
Faz parte da nossa vivência. O que realmente não podemos ter é receio do futuro. Nada sabemos sobre ele, é certo, mas ainda assim com o lastro do nosso passado conseguiremos iluminar o futuro.
O título deste postal traduz o nível dos nossos debates televisivos.
Ontem foi mais uma noite onde o PS e o BE trocaram de argumentos, mas sem se hostilizarem muito. Pudera... PNS vê com bons olhos uma aliança com MM. Livrava-se duma penada da AD e do PCP, enquanto Mariana conseguiria quiça subir finalmente ao poder... algo que procura há demasiado tempo. Vai daqui tivemos um debate sereno sem grandes troca de galhardetes e pautado por uma postura quase amorfa.
Ao invés de muitos comentadores, sinto que o debate esclareceu muito pouco e perderam os dois. Pedro Nuno Santos porque não irá cativar, com aquele discurso, os indecisos, Mariana Mortágua porque assentou os pés num certo registo que jamais abandonou e que se repete debate após debate: habitação e SNS. Parece que o país só tem estes problemas dois problemas! Era bom era!
Interim pelas 22 horas assistiu-se a um espectáculo degradante e pouco habitual em televisão. Escuso-me de falar do nome dos intervenientes pois não merecem um segundo de atenção. Baixaram tanto o nível do debate que até senti dó das figuras tristes que nos ofereceram.
Uma profissão que poderia ter tido era... táxista.
Conheço bem a cidade de Lisboa. Muitos recantos, ruas estreitas e caminhos mais rápidos para chegar ao destino.
Hoje parecia um táxista ou um condutor dessas plataformas de automóveis de aluguer. Comecei nos arredores de Lisboa, mais precisamente em A-da-Beja para ir parar em primeiro lugar a um hospital na actual zona nobre da cidade, mais conhecida como Parque das Nações.
A meio da manhã lá fui para o outro extremo da cidade em busca de outra pessoa que também estava num hospital. A meio do caminho percebi que havia percorrido somente nesta manhã mais de 60 quilómetros através de estradas e auto estradas que circundam a capital.
Ainda bem que conheço muitas vias alternativas para chegar a qualquer lado nesta urbe. Todavia por vezes também fico preso no trânsito. Hoje não foi um dia desses.
Mas há algo nestas estradas, avenidas, ruas e vielas e que se prende com o estado do pavimento que mui rapidamente se deteora.
Seria bom que alguém com responsabilidades camarárias neste sector tivesse conhecimento e melhorasse as vias.
Hoje por todo o lado onde andei vi óbvias referências ao dia de S. Valentim, mais conhecido pelo dia dos namorados. Mais uma campanha comercial para a economia continuar a andar e a mexer-se.
Diria eu que namorar é coisa antiquada, ou não? A juventude de hoje está pouco virada para esse com promisso antigo. Lembro-me de uma prima direita, lá na aldeia, namorar à janela, tal como fez provavelmente a minha tia e antes dela a minha avó. E eram a dias específicos. Se não me falha a memória seria à quarta-feira ao fim do dia e ao Domingo após o almoço.
Actualmente nada disto faz sentido. Nem para os jovens, nem mesmo para mim que já sou velho. Certo é que o comércio esfrega as mãos por estes dias. As flores, os chocolates, quiçá livros tudo serve para mostrar quanto se gosta do outro.
Por aqui não houve direito a prendas porque esperava uma mesa de cirurgia para alguém... Há dias de S. Valentim assim... Estranhos!
Todos os dias faço a minha volta pelos canais onde há debates. Escuto, escuto e escuto e no final fico a rir.
A rir porque os partidos passam a maioria do tempo disponível a atacar-se, a orientar desculpas com o antes, não se preocupando minimamente com aquilo que poderão fazer se... chegassem a S. Bento. É um descarregar de tiros... de pólvora seca!
Certo é que 15 a 20 minutos não dá nem discutir qual o sexo dos anjos quanto mais uma verdadeira e coerente proposta sobre habitação ou educação. Hoje os lideres partidários munem-se de papéis e mais papéis e despejam o que os seus consultores lhes disseram e investigaram. Mas como quase tudo na vida há sempre duas visões (até prefiro dizer três) que é a minha, a tua e a verdadeira! Deste modo se eu tivesse alguma dúvida em quem votar diria que depois de escutar os debates (e ainda não acabaram!!) ficaria ainda com mais dúvidas.
Percebo que actualmente a política é uma espécie de série engraçada, que passa num qualquer canal de "streaming" de qualidade muito duvidosa e perante a qual se náo virmos algum episódio jamais perderemos o fio à meada!
Certamente que meio século depois do 25 de Abril de 74, o país continua sem aprender nada!
Foi no, já longínquo, dia 11 de Fevereiro de 1999 que me sujeitei à primeira cirurgia ao meu olho esquerdo, vítima de um descolamento de retina. Um problema assaz frequente, especialmente em altos míopes como eu sou!
A cirurgia correu bem e as coisas aparentemente andaram bem até... ao início de Abril quando tudo se reverteu. Programou-se nova cirurgia, mas sem grandes resultados e acabei por ficar internado uns dias no Hospital Gama Pinto. Também sem melhoras...
Para não me alongar acabei em Junho por ir a Barcelona ao IMO (Instituto de Microcirurgia Ocular) onde fui novamente operado com melhores resultados, se bem que sem visão suficiente. A única coisa que fiquei foi com aquilo que os ingleses chamam de "count fingers". Que é neste momento aquilo que tenho.
Portanto entre Fevereiro e Junho de 1999 a minha vida resumiu-se a ficar quieto, sem poder fazer qualquer esforço, sem poder ver televisão, ler ou sequer escrever. Recordo a este propósito que o meu filho mais novo sentava-se a meu lado na cama e lia-me em voz alta o jornal.
Para piorar as coisas, já de si pouco famosas, tudo isto aconteceu no ano em que iniciei a construir a minha casa. Quem já passou pela aventura ou desventura de construir uma habitação sabe que todos os tostões contam... Agora imaginem o meu azar!
Não tenho vergonha de assumir que pedi ajuda até aos meus filhos pequenos, especialmente para a cirurgia em Barcelona que custou na altura 650 mil pesetas, mais ou menos 800 000 escudos ou quatro mil euros. Cheguei a recorrer aos seus mealheiros para comprar as pesetas necessárias.
Como escrevi no dealbar deste postal, fez ontem 25 anos que tudo começou. Mas ao invés do que seria suposto pensar foi um ano de enorme aprendizagem! Principalmente nos quatros meses que mearam entre a minha vinda para casa e o regresso ao trabalho. Já que tinha de estar permanentemente de cabeça para baixo foi neste tempo, que... tive tempo:
Para pensar!
Para chorar!
Para rir!
Para sentir!
E finalmente:
Para mudar!
Definitivamente hoje não sou o mesmo daquela época, nem penso da mesma maneira. Talvez por isso agora não pare... especialmente dentro da minha cabeça onde tudo fervilha a enorme temperatura, querendo fazer tanta coisa...
Finalmente este texto não serve como lamechice nem como desabafo, mas tão somente como mais uma estória da minha vida e da luta que tantas vezes tive dentro de mim mesmo, até acordar para uma realidade tão diferente daquela em que acreditava.
Como nota à margem posso confessar que paguei tudo e a toda a gente!
Quase a comemorar meio século de democracia, fico com a ideia de que esta é um conceito em vias de extinção. Hoje como o Mundo e a nossa sociedade estão a ser formatados, a ideia genuína do bem comum quase desapareceu. E uma das razões prende-se com a dificuldade dos lideres partidários falaram, a sério, dos problemas das sociedades. A sério e a fundo...
Isto percebe-se muito bem nos debates televisivos, pois o tempo para falar realmente dos problemas da nossa sociedade é tão escasso que quase nem merece a pena ver um debate. Também os representantes dos partidos são culpados porque, em vez de exporem as suas propostas para o futuro, passam o pouco tempo que têm a atacar políticas antigas ou outros partidos. A conclusão primeira que se tira disto é: não votes em mim pelo que apresento, vota por aquilo que sou contra!
Tenho vindo a dar alguma atenção aos encontros televisivos. A primeira irritação é aquele cronómetro indicando o tempo gasto por cada responsável político, a falar! Depois vem aquele discurso contra a tróica, ou a Europa, o Euro em vez de se esclarecer verdadeiramente o que se pretende para o futuro.
Li que até as sapatilhas da Mariana Mortágua foram mais faladas que as soluções que apresentou. Isto mostra que as pessoas já não querem ouvir estes políticos e que preferem saber mais da vida dos famosos ( oque comem, bebem, vestem, etc.).
É usual escutar-se referindo os políticos: são todos iguais, são farinha do mesmo saco! Diria que é quase verdade!
Mas... e muitos de nós não seremos outrossim iguais a tantos outros?
Finalmente estes debates só demonstram que a estamos muito longe de sermos um país evoluído e competente. Daí estes debates a roçar o sofrível!